A perseguição religiosa aos cristãos não possui trégua nem mesmo durante a pandemia do novo coronavírus. Seguidores de Jesus Cristo em várias partes do mundo continuam relatando episódios bárbaros de intolerância à liberdade de culto, como no Iêmen, um país árabe que ocupa a extremidade sudoeste da Península da Arábia.
A situação no país se tornou ainda mais grave por conta da pandemia, visto que o acesso ao aparato de saúde pode ser dificultado devido à perseguição religiosa aos ex-muçulmanos.
Ex-muçulmanos, no caso pessoas convertidas ao cristianismo, são alvos de perseguição no Iêmen, segundo relatos de uma testemunha local, e isso preocupa mais ainda em um contexto de colapso na saúde, como alertou a agência internacional Reuters.
“Acredita-se que o novo coronavírus esteja se espalhando por todo o Iêmen, onde o sistema de saúde ‘entrou em colapso’, afirmou a Organização das Nações Unidas na sexta-feira, pedindo apelo por financiamento urgente”, diz o órgão.
“Há muita ansiedade e frustração dominando meu bairro e minha rede social”, disse a testemunha cristã identificada apenas como Shoki. A pessoa não teve o nome completo divulgado por razões de segurança.
“Muitas pessoas ao meu redor estão com medo, e há rumores sobre a maneira trágica de uma pessoa com este vírus pode morrer e o sofrimento da vítima e de sua família”, destacou. “Estamos transformando nossos medos em orações.”
O Iêmen faz parte da lista mundial de perseguição religiosa publicada anualmente pela organização missionária Portas Abertas, que confirma a dificuldade enfrentada pelos seguidores de Cristo no país.
“A igreja no Iêmen é formada essencialmente de comunidades de cristãos iemenitas ex-muçulmanos que precisam manter a fé em segredo”, diz a organização.
“Eles enfrentam perseguição das autoridades, o que inclui detenções e interrogatórios, da família e de grupos radicais islâmicos, que ameaçam de morte os considerados apóstatas se eles não se reconverterem”, conclui.