As Crônicas de Nárnia vão voltar ao cinema, com um novo filme, baseado no livro A Cadeira de Prata, já que um novo diretor foi definido para o longa-metragem.
Joe Johnston (Jurassic Park 3 e Capitão América – O Primeiro Vingador) foi escolhido para dirigir o novo filme baseado no livro do autor cristão C. S. Lewis, irlandês que era teólogo e ficou conhecido mundialmente por seus livros sobre o tema, mas principalmente pela coletânea voltada às crianças.
A Cadeira de Prata é o quarto livro da série de crônicas sobre Nárnia, um reino de fantasia que traz diversas alegorias sobre a mensagem bíblica. Dessa vez a produção do filme ficará a cargo da Tristar, uma subsidiária da Sony Pictures. Os dois primeiros filmes foram produzidos pela Disney e o terceiro, pela Fox.
“Será uma franquia nova. Tudo original. Novos personagens, outros diretores e uma equipe totalmente nova”, afirmou o produtor Mark Gordon, em entrevista ao Collider, deixando claro que o elenco será inteiramente novo, transformando o filme em um reboot da série.
Se isso se confirmar, o filme será fiel ao livro, pois C. S. Lewis insere novos personagens em uma narrativa que se passa 70 anos depois do final de A Viagem do Peregrino da Alvorada, o terceiro livro que conta as aventuras dos irmãos Pevensie, e que também foi o terceiro filme da saga.
Em A Cadeira de Prata, Eustáquio retorna a Nárnia, na companhia de sua amiga Jill Pole. O roteiro do filme está sendo escrito por David Magee, responsável pelo texto do elogiado As Aventuras de Pi, segundo informações da Variety.
Anos atrás, durante a fase de planejamento, os produtores consideraram fazer o próximo filme baseado no livro O Sobrinho do Mago, que apresenta as origens de Nárnia e do guarda-roupa apresentado no primeiro filme, mas os herdeiros de C. S. Lewis decidiram que era melhor seguir a ordem cronológica estabelecida pelo autor.
Os novos produtores do filme são as empresas Mark Gordon Company e C.S. Lewis Company, que adquiriram em 2013 os direitos sobre a franquia da Walden Group, produtora envolvida com os três longas anteriores.
Desafio
As Crônicas de Nárnia – A Cadeira de Prata terá um grande desafio para garantir que os demais livros da saga sejam adaptados ao cinema. O primeiro filme, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005), arrecadou US$ 750 milhões em bilheteria ao redor do mundo.
O sucesso estrondoso não se repetiu nas mesmas proporções com o segundo, Princípe Caspian (2008), que arrecadou US$ 419 milhões. Diante desses valores, a Disney saiu da jogada, e a Fox assumiu o papel no filme A Viagem do Peregrino da Alvorada (2010), que somou US$ 415 milhões em ingressos vendidos.
Para os padrões de Hollywood, as bilheterias dos dois últimos filmes foram consideradas fracas, pois o custo de produção de cada um girou em torno de US$ 200 milhões, e o valor de divulgação também ficou próximo dessa cifra. Dessa forma, os lucros quase não existiram.
Esse cenário coloca pressão sobre os produtores de A Cadeira de Prata, para que a divulgação do filme resgate o interesse que o público manifestou pelo primeiro filme, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.
C.S. Lewis e Nárnia
A série de sete livros é considerada um clássico da literatura moderna, e catapultou o irlandês Clive Staples Lewis à condição de escritor best-seller.
Os livros da saga As Crônicas de Nárnia foram escritos entre 1949 e 1954, venderam mais de 120 milhões de cópias em todo o mundo, e se baseiam em fantasias, usando elementos de mitologia grega e nórdica, além de “contos de fadas”, para narrar histórias com princípios cristãos.
Voltado ao público infantil, As Crônicas de Nárnia foram traduzidas para 41 idiomas. Seu autor, um entusiasta do Evangelho, ficou famoso no Reino Unido por atuar como apologista cristão, escritor, crítico literário e pregador da Palavra.