O templo da igreja Assembleia de Deus Madureira em Campinas (SP), foi pichado na madrugada de domingo para segunda, 24 de agosto, com a frase “Cunha na Cadeia”. A ação de vandalismo é uma referência à denúncia feita contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de envolvimento no escândalo do petrolão.
De acordo com acusações feitas – sob delação premiada – pelo lobista Júlio Camargo em seus depoimentos à Operação Lava-Jato, Cunha foi acusado de ter recebido US$ 5 milhões em propinas, e parte desse valor, R$ 125 mil, teriam sido repassados a ele através da conta da igreja em Campinas, que é filiada ao mesmo ministério do qual ele é membro.
Segundo informações do site Carta Campinas, o ato de vandalismo foi assumido por militantes de um grupo chamado Levante Popular da Juventude, que publicou a foto e um manifesto sobre o caso em sua página no Facebook.
De acordo com os vândalos, a iniciativa de pichar o muro do templo foi uma forma de denunciar o silêncio dos partidos de oposição ao governo sobre a denúncia contra Eduardo Cunha.
“Acreditamos que a democracia somente se realizará, quando o peso da Justiça não se intimidar com ameaças de políticos golpistas e punir corruptos com o devido rigor. Portanto, exigimos a prisão de Eduardo Cunha”, disseram os militantes.
Para eles, o presidente da Câmara dos Deputados tem se disfarçado de evangélico para obter vantagens ilícitas: “Eduardo Cunha usa da boa-fé de milhões de cristãos para lavar seu dinheiro sujo, em parceria com pregadores corruptos. É preciso que todo fiel tenha olhos abertos com os políticos que falam em nome da fé para se promover ou ganhar votos”, acrescentaram, lembrando que a reforma política necessária para o país não é a que vem sendo debatida no Congresso Nacional.