Deputados ligados à extrema-esquerda nacional iniciaram uma reação persecutória contra a igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, na unidade de Goiás, responsável por um retiro espiritual que contou com a presença da influenciadora Karol Eller.
Na semana passada o Brasil acordou com a triste notícia de que Karol havia tirado a própria vida, e os os deputados do PSOL, Erika Hilton, Pastor Henrique Vieira e Luciene Cavalcante resolveram associar o seu suicídio à decisão da influenciadora de abandonar o estilo de vida homossexual.
Em uma representação enviada ao Ministério Público Federal (MPF), os parlamentares acusam a Assembleia de Deus de Rio Verde de ter praticado o suposto “tratamento” de “cura gay”, dando a entender que isto poderá ter sido o gatilho para que Karol Eller tirasse a própria vida. O objetivo é que a denominação seja investigada.
“Os tratamentos de ‘cura gay’ são verdadeiras práticas de tortura e agressão a toda população LGTBQIAPN+, cuja orientação sexual ou designação de gênero são características inerentes a cada sujeito, sendo impossível sua alteração”, diz a representação, segundo a Oeste.
Psicóloga rebate
Em um artigo publicado esta semana, a psicóloga Marisa Lobo, autora de livros sobre o ativismo LGBT+, rebateu a associação da morte de Karol à influência da sua fé cristã. Segundo a especialista, não existe a tal “cura gay” nas igrejas, sendo a expressão utilizada por desconhecimento e preconceito sobre a vida religiosa.
“Não existe na igreja cristã ‘terapias de reorientação sexual’. Eu, particularmente, desconheço a existência dessa prática no meio cristão, seja evangélico ou católico”, escreveu Marisa em sua coluna no Opinião Crítica.
“O que normalmente existe entre pessoas da comunidade LGBT que se convertem, é uma mudança de entendimento baseada na fé do próprio indivíduo, o que também pode lhe fazer querer mudar seu estilo de vida como um todo, incluindo a forma como enxerga a sua sexualidade.”
Segundo a psicóloga, que possui anos de vivência dando seminários nas igrejas, o ambiente cristão é acolhedor, de modo que a aproximação de Karol Eller com a religião, nesse caso por meio da igreja evangélica, pode ter sido uma tentativa de lidar com problemas já existentes em sua vida.
Como o GospelMais já havia noticiado, em 2021 a influenciadora denunciou que foi vítima de abuso sexual, entrando com uma representação criminal contra o seu pai. Marisa Lobo destacou esse ponto como digno de atenção.
“No caso da Karol Eller, temos ainda uma história de vida traumática”, diz a especialista. “Ela veio a público relatar que foi vítima de abuso sexual por parte do próprio pai biológico, dando detalhes de uma relação extremamente difícil que também envolveu o uso de drogas. Como se não bastasse tamanho sofrimento, a jovem ainda enfrentava uma depressão.”
Em setembro, Karol publicou uma mensagem pedindo orações, dizendo que iniciaria uma “guerra” por renunciar a desejos, “vícios” e à “prática homossexual”.
“Família tripliquem as orações, pois Deus me usou como nunca, e daqui pra frente estou pronta para guerrear debaixo da autoridade do nome de Jesus! Que diminua eu, pra que tu cresças, Senhor, mais mais. RENÚNCIA! Sim, eu renunciei à prática homossexual, eu renunciei vícios e renunciei os desejos da minha carne para viver em Cristo!”, escreveu ela.