O pastor anglicano Bernard Randall perdeu uma batalha judicial que vinha travando contra a Trent College, em Derbyshire, Inglaterra. Ele processou a unidade escolar após ter sido demitido por fazer referência a um artigo escrito por ele, onde defende que os alunos não deveriam se sentir obrigados a aceitar políticas LGBTs.
Em sua manifestação, o pastor criticou um programa da escola chamado Educar e Celebrar, segundo ele, por promover a ideologia de gênero. De acordo com o líder religioso, a proposta contraria os princípios cristãos defendidos pela escola.
É curioso notar que no texto em que o pastor Randall se baseou para fazer a sua crítica, ele deixa claro que as diferenças devem ser respeitadas e as pessoas aceitas como são, distinguindo, assim, a questão do respeito individual da promoção ideológica da agenda LGBT.
“Existem algumas áreas em que os dois conjuntos de valores se sobrepõem – ninguém deve ser discriminado simplesmente por quem ele é: esse é um valor cristão, baseado em amar nossos vizinhos como a nós mesmos, e Deus fazendo a humanidade à sua imagem, homem e mulher, e ele mesmo amando todos igualmente”, escreveu Randall.
No trecho pelo qual o pastor foi acusado de discriminação, ele diz: “Mas há áreas em que os dois conjuntos de ideias entram em conflito, e nessas áreas você não tem que aceitar as ideias e ideologias dos ativistas LGBT.”
“É perfeitamente legítimo pensar que o casamento só deve ser entendido adequadamente como uma união exclusiva ao longo da vida de um homem e uma mulher; de fato, essa definição está escrita na lei inglesa”, destaca o anglicano.
Demissão
Após a declaração feita em um sermão na escola, alguns alunos e suas famílias reclamaram do pastor. A unidade chegou a enviar o seu caso para uma entidade do governo que lida com terrorismo, como se o líder religioso fosse um extremista de alta periculosidade.
Segundo a BBC, no entanto, o governo rejeitou investigar o pastor pela absurda suspeita de terrorismo, mas a juíza Victoria Butler, que julgou a ação que o líder religioso protocolou contra a escola, afirmando ter sido demitido sem justa causa, recusou o seu apelo.
Agora, Randall disse que pretende apelar para outras instâncias. Ele considera que a sua derrota inicial representa um duro golpe contra a liberdade religiosa e de expressão na Inglaterra.
“É um golpe pessoal, mas mais importante, é um golpe para todos aqueles que acreditam na liberdade de expressão, na liberdade de religião, e em um sistema educacional que abre as mentes dos jovens, em vez de restringi-los para impor uma ideologia que muitos ou a maioria de nossa sociedade considera preocupante”, declarou o pastor.