O humorista Gregório Duvivier voltou a provocar os cristãos brasileiros após ser duramente criticado por conta de um artigo sobre as comemorações do Natal em que descrevia Jesus Cristo como um “comunista”. Agora, o militante de esquerda afirmou que Deus é “pequeno”.
Seguindo a linha narrativa comum do marxismo cultural no Brasil, Duvivier – que é militante do PSOL – afirmou que Jesus era “um baderneiro terrorista bolivariano sem-terra defensor de bandido e da prostituição”.
Gregório Duvivier é uma das celebridades de internet com maior influência sobre jovens de 18 a 35 anos. Seu grupo de humor, Porta dos Fundos, é um dos maiores canais do Brasil, com alcance de milhões de pessoas semanalmente. Além disso, exibe programas de TV em canais pagos e produz filmes financiados com dinheiro público através de leis como Rouanet e Audiovisual.
Há anos ele e sua trupe fazem humor militante, com ênfase especial no ateísmo. O Porta dos Fundos já foi alvo de denúncias e investigações algumas vezes por conta de seus vídeos especiais de Natal, onde sempre há deboche da fé cristã.
Na última semana, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) revelou que tomaria “as medidas policiais cabíveis” para que Duvivier fosse responsabilizado por conta do artigo sobre o Natal e o Jesus “comunista”.
Ontem, 01 de janeiro, Duvivier voltou ao tema na Folha, atacando Feliciano com acusações de estupro e corrupção, e ironizou a capacidade de interpretação dos cristãos que se ofenderam com seu artigo pretensioso. “Pai, perdoa-lhes porque não entenderam p*** nenhuma”, intitulou o humorista.
Em uma paráfrase da Bíblia, ironizou Feliciano dizendo que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um pastor corrupto entrar no reino dos céus”.
“Pra muita gente, Jesus é uma espécie de genocida rancoroso que não suporta ouvir uma piada e sai matando geral, até quem já morreu. Não sei de onde tiraram isso. Procurei no Novo Testamento, mas não achei nenhuma menção de Jesus ao destino dos humoristas… Que Deus pequeno, esse de vocês. Um Deus que se incomoda com piada, um Deus que fica chateado quando vocês transam, um Deus que se importa com o que vocês vestem, isso não é um Deus, isso é um síndico que mora no andar de baixo”, provocou, fazendo referência aos comentários críticos (e em alguns casos, raivosos) feitos contra ele nas redes sociais.
Um questionamento comum feito aos militantes de esquerda e também aos ateus é por que não fazem piada com Maomé e o islamismo. O jornal satírico francês Charlie Hebdo, que se arriscou a retratar o profeta islâmico, foi alvo de um atentado terrorista que ceifou a vida de jornalistas e cartunistas.
Sobre isso, Duvivier demonstrou se acovardar: “Nunca nenhum muçulmano bateu na minha porta perguntando se eu conheço a palavra de Maomé, nunca vi se formar uma bancada muçulmana no Congresso brasileiro, nunca vi alguém por lá legislando de acordo com o Alcorão, nunca vi minha cidade ser governada por um aiatolá”, afirmou.
Em sua resposta à pergunta sobre piadas com muçulmanos, Duvivier expressa, no entanto, sua verdadeira fonte de inspiração: um incômodo fidagal com quem, diferente dele, tem fé. E também com a laicidade do Estado, que permite as manifestações religiosas e as representações políticas dos mais variados grupos sociais, incluindo evangélicos.
Para além disso, Duvivier derrapa ao sugerir que protestaria da mesma foram contra muçulmanos se vivesse num país islâmico. Informado, como se faz parecer, é possível que o humorista tenha noção dos níveis de censura e repressão existentes nos países influenciados pelo Alcorão e pela sharia, onde o ateísmo é punido com morte, por exemplo.
Fábio Porchat, um dos sócios de Duvivier no Porta dos Fundos, também ateu e parceiro do militante psolista em roteiros de esquetes e filmes, admitiu em 2013 no jornal O Estado de S. Paulo que não fazia piadas com muçulmanos por medo.
“Não faço piada com Alá e Maomé, porque não quero morrer! Não quero que explodam a minha casa, só por isso”. Em 2015, no mesmo jornal, voltou ao tema: “Os cristãos não sabem se defender sozinhos. Os muçulmanos fanáticos, sim, esses sabem defender a honra da sua religião. Eles matam!”, afirmou, expondo um consenso de hipocrisia e autopreservação da trupe, incluindo Duvivier.