Em várias partes do mundo a prostituição é uma triste realidade. Quando há o envolvimento de crianças, então, a exploração sexual de menores ganha contornos ainda mais sombrios, mediante a escravização e o tráfico humano, um mercado clandestino de atrocidades que é considerado um dos maiores do mundo, lado ao comércio de drogas e de armas.
Visando combater esse mal, o Ministério Diante do Trono, da Igreja Batista da Lagoinha, criou um projeto missionário para tentar resgatar mulheres e crianças vítimas de criminosos que aliciam e também escravizam essas pessoas para a prostituição, na Índia.
Além da prostituição, a Índia é um dos países mais difíceis de pregar o evangelho, listado pela organização Portas Abertas como um dos mais perseguidores aos cristãos, devido suas tradições milenares baseadas no hinduísmo.
Falando do trabalho na região conhecida como “Red Light”, onde mulheres se oferecem para a prostituição, o fotógrafo Jean Assis, que integra a equipe de missionários da Lagoinha e é responsável pelo registro de imagens, falou sobre a experiência no local:
“Nós fomos em missão fazer fotos do ministério Ashastan, que resgata as meninas da Red Light na Índia. Apesar de não ter virado um livro, as imagens são usadas pelo ministério”, disse ele ao portal Guiame, contando como as meninas são aliciadas:
“As crianças não chegam a ficar expostas. A Red Light é um conjunto de ruas com várias casinhas e essas casinhas tem mulheres que se vendem como prostitutas, como em outras cidades. Então, você não chega a ver crianças, porém existe um grupo mais poderoso na região onde eles conseguem fingir para os pais que estão ajudando as crianças, levando elas para o ambiente onde teriam comida, moradia, cama, condição de sobrevivência”, explica.
Venda de crianças para a prostituição, na Índia
Jean explicou também que algumas crianças são vendidas pelos pais, como forma de pagamento de dívidas aos cafetões. Meninos também são escravizados:
“Uma pessoa poderosa que tem muitas posses vai em uma determinada família com muitos filhos e fica ajudando financeiramente aquela família. Quando o pai não consegue pagar o tanto que deve, o ajudador diz: ‘Olha, vou levar sua filha ou então o seu filho’”, disse ele.
“Então ele pega a criança com o consentimento do pai: ‘Vou levar ela, mas ela vai trabalhar para mim. Eu vou dar cama, casa, comida’. E aquela criança acaba sendo adotada pela região da Red Light por algum cafetão que começa a usar daquela criança”, completa.
O projeto da Lagoinha consiste em retirar as crianças aliciadas e escravizadas da região e colocá-las em abrigos onde são protegias, cuidadas e apresentadas ao evangelho de Jesus Cristo. Esse é um trabalho difícil e muito arriscado, já que, segundo Jean, até mesmo algumas autoridades policiais e empresários estão envolvidos com a exploração sexual.
“Quando a gente foi visitar a região com o pastor que estava comigo, fomos para poder conhecer e encontrar com o pastor que é respeitado na região. Só que quando a gente foi andar com ele, não podiamos registrar nada. Se a gente fotografasse, os policiais em volta, os empresários e cafetões poderiam perguntar o motivo daquelas imagens. A gente correria o risco de pegarem nosso passaporte e não mais voltar para casa. Corríamos o risco deles sumirem com a gente”, disse ele.