A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) estaria preparando uma estratégia agressiva para conquistar o voto dos evangélicos no segundo turno e assim, conquistar mais um mandato à frente do Palácio do Planalto.
O movimento é uma tentativa de evitar que os votos desse setor da sociedade depositados em Marina Silva (PSB) no primeiro turno, migrem integralmente para Aécio Neves (PSDB), de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com informações da Agência Estado, um dos principais defensores da estratégia de aproximação com os evangélicos é Gilberto Carvalho (PT), ministro da Secretaria-Geral da Presidência e coordenador da campanha de Dilma.
A ideia de Carvalho é “reforçar a interlocução com o segmento”, indo além das alianças políticas com os líderes evangélicos, como nos casos dos bispos Edir Macedo e Manoel Ferreira, principais apoiadores do PT no meio.
Parte da ofensiva envolve a impressão de 2 milhões de panfletos com o título “Evangélicos com Dilma – Por que votamos em Dilma!”. O texto, acompanhado de uma foto da candidata à reeleição, pede oração pela presidente: “O Estado brasileiro é um Estado laico, mas o Brasil é uma nação que tem Deus como Senhor. Acredito naqueles que creem. Acredito no poder da oração. Não se esqueçam de orar por mim. Todos os dirigentes deste País dependem do voto do povo e da graça de Deus. Eu também”.
Ovelha ou lobo?
Carvalho é conhecido no meio evangélico por defender a ideia de que o governo deveria “calar” as igrejas evangélicas. Em 2012, durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS), o ministro disse que era “preciso fazer uma disputa ideológica com os líderes evangélicos pelos setores emergentes […] especialmente nas questões relativas a costumes”.
A declaração foi interpretada pelos líderes evangélicos como uma tentativa do Partido dos Trabalhadores de causar descrédito às doutrinas das igrejas sobre aborto e homossexualidade, além de tentar calar os pastores em assuntos ligados à política e sociedade.
O episódio causou um grande mal-estar no governo e levou Carvalho a se reunir com a bancada evangélica no Congresso Nacional para se desculpar pelas declarações.