A igreja AD Alpha, em Barueri (SP) está no centro de um escândalo de corrupção que envolvia o desvio de verbas da saúde pública em uma cidade paulista. A denominação é liderada pelo casal de cantores gospel Cassiane e Jairinho.
O Ministério Público vinha investigando um esquema de desvios de recursos através de uma organização social que era responsável pela gestão do Hospital Municipal Enfermeiro Antônio Policarpo de Oliveira, em Cajamar (SP), e descobriu que parte dos valores era usado para pagar o aluguel do templo da AD Alpha.
A denominação liderada por Cassiane e Jairinho Manhães é ligada à AD Brás, do bispo Samuel Ferreira, e ambas integram o Ministério de Madureira. Ferreira é investigado na Operação Lava-Jato por suposto envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro que era comandado pelo ex-deputado Eduardo Cunha.
O bairro de Alphaville, em Barueri, é uma área nobre da cidade localizada na Região Metropolitana de São Paulo, com condomínios residenciais de alto padrão e escritórios comerciais.
A nota do Ministério Público de São Paulo não especifica se os valores destinados à AD Alpha se referiam ao pagamento do antigo templo da igreja, localizado na principal alameda do bairro, ou se eram do novo templo, inaugurado com pompa e circunstância em dezembro de 2015, com a presença do então pastor Samuel Ferreira.
Prisão
A promotora responsável pela denúncia foi Thaís de Almeida Smanio, e na acusação, é detalhado que os desvios de recursos da prefeitura de Cajamar ocorreram pelo menos 108 vezes. Em maio último, a Justiça decretou a prisão preventiva de um dos acusados por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A esposa do envolvido também teve prisão preventiva decretada. “O casal ordenava aos funcionários do setor financeiro da Fenaesc que elaborassem notas fiscais para pagamento dos médicos com valor superfaturado. Desta forma, o valor que constava nas notas era repassado da federação para a Livramento e a diferença era desviada para as contas particulares dos réus”, diz a nota do Ministério Público.
“A investigação revelou que […] usavam o dinheiro para o pagamento do aluguel da igreja que frequentavam, a AD Alpha, através da empresa Interunion, no valor de R$ 70 mil mensais”, acrescenta o MP.
Nas redes sociais, há relatos de que o casal preso era integrante da diretoria da AD Alpha. Na página da igreja no Facebook não há qualquer menção ao episódio.
*Atualização (02/04/2020): recebemos hoje da assessoria jurídica do Dr Luiz Teixeira da Silva Junior uma decisão do juiz Ricardo Venturini Brosco que fala sobre absolvição e estamos exibindo a mesma pode ser lida aqui: luiz-absolviÃÃo-1