O ex-ministro José Dirceu, que chegou a ser condenado a quase trinta anos de prisão pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, reclamou na semana passada da influência que as igrejas evangélicas têm exercido na sociedade nos últimos anos.
A fala de Dirceu, que foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, ocorreu durante uma entrevista ao podcast Pod13, do PT da Bahia. O ex-ministro, que também teve o mandato de deputado federal cassado em 2005 devido à ligação com o esquema do mensalão, demonstrou preocupação com o futuro político da esquerda nacional.
“Nesses anos, houve uma mudança social e cultural enorme por causa do neopentecostal, do fundamentalismo religioso, por causa da força dos partidos de direita. E nós recuamos, a esquerda como um todo”, afirmou o esquerdista, segundo O Globo.
A fala do ex-ministro confirma o que já é sabido no mundo político no tocante à influência cada vez maior dos evangélicos sobre os rumos do país. O próprio Dirceu já havia opinado sobre isso há vários anos, quando alegou que as igrejas estariam querendo impedir o avanço de pautas liberais da esquerda, como a do aborto e da agenda LGBT+.
“Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país”, alegou o ex-ministro em 2012.
Barganha
Ciente da influência evangélica, o governo Lula vem estudando formas de tentar se aproximar deste segmento. Uma delas seria apoiar uma PEC que visa aumentar a isenção de tributos para as igrejas. Na prática, seria como um aceno aos líderes religiosos.
Outro sinal de esforço por parte do Planalto junto às igrejas seria a adaptação de peças publicitárias ao linguajar evangélico. Pastores, contudo, avaliam esse movimento como uma tentativa de “aliciar” o segmento. Saiba mais, abaixo:
Pastores dizem que Lula tenta ‘aliciar os evangélicos mais simples’ com propaganda