O documentário Trans Mission: Qual é a pressa para reatribuir o gênero? trouxe holofotes sobre as crianças com disforia de gênero e o aumento dos casos de tratamento com cirurgia de mudança de sexo e bloqueadores hormonais.
Trans Mission: What’s the Rush to Reassign Gender? (no título original em inglês) também fala sobre a parte de responsabilidade dos profissionais médicos no incentivo à tomada de medidas extremas com pressa.
“Há médicos nos Estados Unidos que irão trabalhar hoje e supervisionar a castração química de meninos, que colocarão meninas de 14 anos na menopausa e farão mastectomias cosméticas em meninas problemáticas”, diz uma mulher no filme.
O documentário de 52 minutos apresenta entrevistas com especialistas em saúde, ativistas, pais e educadores discutindo a transição médica e cirúrgica de crianças.
Jennifer Lahl, produtora do filme e membro do Center for Bioethics, diz que os homens trans estão ajudando a alimentar a tendência: “Eles não estão felizes por terem que fazer a transição após a puberdade porque após a puberdade você tem um pomo de adão, você tem uma voz profunda, tem mãos e pés grandes, sabe que é grande”, disse em entrevista à emissora CBN News.
“Mas essa noção dentro dos ativistas trans é ‘ah, podemos consertar isso bloqueando a puberdade nesses meninos e meninas’”, alertou.
A produtora também criticou o impulso de permitir que crianças tomem suas próprias decisões de transição de seu sexo biológico sem a aprovação dos pais: “Como diabos um jovem de 7, 8 ou 9 anos de idade poderia dizer: ‘Sim, eu gostaria de ter meu útero removido ou gostaria de receber hormônios sexuais errados para não desenvolver esperma ou crescer pelos faciais’”, questionou.
“Quando pensamos que podemos, quer queira ou não, parar isso e bloquear isso, que não haverá nenhum dano a curto e longo prazo, é incompreensível”, disse, expondo sua indignação.
Pressa
Os médicos que se opõem a esse tratamento entendem que a medicina pediátrica transgênero carece de dados de longo prazo sobre como os hormônios, bloqueadores da puberdade e cirurgias de gênero afetam o corpo ao longo da vida.
“A realidade é que não temos estudos de longo prazo em crianças e há boas razões para nos preocuparmos com o resultado”, disse o Dr. Paul Hruz, pesquisador pediátrico da Escola de Medicina da Universidade de Washington.
O filme, que agora está disponível no YouTube, mostra o depoimento de pais falando sobre profissionais médicos que os pressionaram a apoiar a confusão de gênero de seus filhos.
“A pediatra disse que se eu não confirmasse a identidade da minha filha e não obtivesse a ajuda de que ela precisava e ela se matasse, eu me sentiria terrivelmente culpada”, denunciou uma mãe.
Alguns pacientes que se arrependem da transição também fizeram seu relato no documentário, descrevendo como isso apenas mascarou e, posteriormente, potencializou problemas psicológicos mais profundos.
“Eu era uma garota tão bonita, uma garota tão boa e então simplesmente arruinei tudo. Eu me transformei neste homem cabeludo e estou preso olhando e aparentando essa forma para sempre”, lamentou uma pessoa, arrependida.
Para Jennifer Lahl, a ética médica teria sido o suficiente para evitar alguns dos casos: “Muitos deles disseram que gostariam que o médico tivesse dito que ‘Este não é o caminho que vamos tomar; Não vamos colocá-lo neste caminho de redesignação de gênero e colocá-lo no caminho rápido de cruzar hormônios sexuais e cirurgias. Nós vamos descobrir o que realmente está acontecendo aqui’”.
Entretanto, esse tipo de abordagem, responsável e paciente, não se encaixa na narrativa do movimento transgênero: “Eles querem nos fechar. Eles não querem falar sobre riscos e danos. Eles não querem falar sobre as mentiras que estão sendo oferecidas a essas famílias e crianças”, finalizou a produtora.