Um grupo de atletas cristãos egípcios teve sua participação nas Olimpíadas do Rio de Janeiro impedida pelas autoridades locais, e agora a organização Coptic Solidarity denunciou o caso de discriminação.
A Coptic Solidarity atua entre os cristãos coptas, minoria religiosa no Egito, país de maioria muçulmana. A entidade registrou queixa no Comitê Olímpico Internacional (COI) e na Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA).
Segundo informações do Christian Today, a Coptic Solidarity trabalha na exposição da discriminação religiosa no Egito, que impede que atletas cristãos possam competir nacional e internacionalmente no futebol, atletismo e outras modalidades.
Na denúncia, a entidade apresentou diversas queixas feitas por atletas cristãos coptas, que descendem de egípcios que abraçaram a fé cristã no século I. “Apesar de passarem todas as fases de seleção, estes atletas foram excluídos da competição nacional e internacional por nenhum outro motivo, a não ser sua formação religiosa”, disse a Coptic Solidarity.
O Egito tem hoje uma população de 90 milhões de habitantes, sendo que 10 milhões apenas são cristãos. Dentre os 122 atletas que compuseram a delegação do país, nenhum era cristão, repetindo o que há havia acontecido há quatro anos, em Londres.
Na prática, além de estarem proibidos de representarem o Egito em competições internacionais, nenhum atleta cristão copta pode atuar como jogador ou treinador nos clubes de futebol da liga principal no país. “Esta não é uma anomalia estatística, mas sim, o produto da discriminação profundamente enraizada na administração de atletismo e futebol do Egito, e na sociedade egípcia como um todo”, avalia a entidade.
“A intolerância religiosa nos esportes se tornou muito difundida no Egito, e está a minando o próprio significado do espírito esportivo. A ação vergonhosa do judoca egípcio Islam El Shehaby, em se recusar a apertar as mãos de seu adversário israelense nos Jogos Olímpicos de 2016 foi condenado em todo o mundo — mas o Egito comemora isso como uma vitória religiosa artificial”, acrescenta a denúncia.