Um dado vem preocupando fortemente pais, lideranças religiosas e especialistas de várias partes do mundo. Se trata do acesso cada vez mais precoce de crianças à internet, e mais do que isso: a própria exposição de forma erotizada nas redes sociais e em aplicativos de mensagens.
A preocupação não é por acaso! De acordo com um estudo da Thorn, uma organização que combate a exploração infantil, 21% das crianças de 9 a 12 anos consideram normal compartilhar fotos de si mesmas em poses de nudez, as chamadas “nudes”.
Abusadores, pedófilos, aproveitam esse tipo de prática para explorar sexualmente crianças e adolescentes por meio das redes sociais. Eles costumam utilizar perfis falsos, fingindo ser menores de idades, a fim de atrair a confiança e poder estabelecer uma relação virtual com as vítimas.
Considerando apenas os meninos, a porcentagem dos que acham normal enviar nudes pela web sobe para 26%, nessa mesma faixa etária.
Erotização precoce
Os dados refletem uma triste realidade noticiada dias atrás pelo GospelMais, quando revelamos que outro estudo, dessa vez realizado pela organização Common Sense Media, apontou que a maioria dos adolescentes de até 13 anos já viu conteúdo pornográfico na internet.
O cenário sugere que crianças estão sendo influenciadas por uma cultura onde a promoção da sexualidade precoce tem sido massiva, algo que é possível notar em filmes, desenhos, brinquedos e músicas, muitas vezes com o aval dos pais.
No ano passado, por exemplo, o cantor Wesley Safadão foi denunciado à Justiça após expor a própria filha, de apenas 8 anos, em um vídeo onde ela aparece cantando e dançando uma música cuja letra possui clara conotação sexual.
Batalha espiritual
Para Elizabeth Fisher Good, especialista no combate ao tráfico sexual e fundadora da The Foundation United, a exposição cada vez maior de crianças na web também faz parte de uma batalha espiritual que visa desconstruir os valores da família e da infância.
“O inferno está vindo sistematicamente atrás de nossos filhos, desmantelando sistematicamente a capacidade de intimidade, de família. Se não fizermos algo, em uma década tudo será diferente – e nós temos o poder como igreja para falar sobre isso”, disse ela em uma entrevista ao FaitWire.
Elizabeth não tem dúvida de que os pais precisam ter consciência dessa realidade para que possam estabelecer um diálogo franco com os filhos. “Temos que entrar nessa conversa, conduzi-la, falar com inteligência e não como se fosse um tabu”, diz ela.
“Porque, quer saber, seus filhos estão no ônibus escolar todos os dias e quem os está educando não está fingindo que é um tabu”, conclui a especialista.