A ameaça feita pelo Estado Islâmico à vida do papa Francisco foi reiterada mais uma vez com a divulgação de um vídeo anunciando que os extremistas muçulmanos estão trabalhando para tomar Roma.
“Nós estaremos em Roma”, disseram os terroristas do Estado Islâmico. O vídeo, divulgado na última quinta-feira, 14 de agosto, fazia referência à cidade que abriga o Vaticano, sede da Igreja Católica.
De acordo com informações do portal Terra, a gravação das ameaças foi feita na cidade de Marawi, região de população predominantemente muçulmana nas Filipinas, e lar de uma célula ativa do Estado Islâmico, chamada Grupo Maute. Desde que os terroristas se organizaram nesse local, vários combates entre eles e as forças de segurança do país têm sido registrados.
O vídeo mostra alguns terroristas rasgando um pôster do papa e destruindo imagens religiosas da tradição católica em uma igreja. O material foi divulgado à imprensa internacional pela agência Al Hayat Media Center, um dos braços de mídia do grupo terrorista.
“Lembrem-se disso, infiéis, nós vamos estar em Roma, se Alá quiser”, diz um dos extremistas muçulmanos que se apresenta como “Abu Jindal”. Logo após a ameaça, outros terroristas incendeiam a igreja que tinha tido as imagens destruídas.
“Depois de todos os esforços, a religião dos cruzados é que será destruída”, afirmou o narrador, fazendo menção à cruz para se referir aos seguidores de Jesus Cristo.
Ameaça reiterada
Essa promessa de ataque ao Vaticano e ao papa veio à tona no mesmo dia em que o aplicativo de troca de mensagens Telegram foi usado por extremistas simpatizantes do Estado Islâmico para pedir aos muçulmanos da Europa que realizem atentados na Itália. O país entrou na mira dos terroristas de forma mais intensa devido a participação das forças armadas italianas na coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate no Iraque e Síria.
Em novembro de 2015, após o ataque realizado em Paris que tirou a vida de 130 pessoas, os terroristas usaram a revista Dabiq para dizer que já planejava um atentado no Vaticano, com a decapitação do papa em praça pública e transmissão ao vivo para todo o mundo.
Como forma de reforçar a guerra psicológica, os terroristas lançaram, em dezembro do mesmo ano, um vídeo em que diziam que Roma seria o último campo de batalha “antes do dia do juízo”.
Essa ameaça já fazia parte dos planos dos terroristas antes de ser tornada pública. O escritor Robert Spencer, um pesquisador e estudioso do islamismo, apresentou em seu livro Infidel’s Guide to ISIS (“Guia do infiel para entender o Estado Islâmico”, em tradução livre), os detalhes os planos dos extremistas.
Spencer revelou na publicação que o grupo pretende decapitar o papa e dar início ao Armagedom até 2025. Esse plano foi construído a pretexto de se fazer cumprir profecias de Maomé e promover a “batalha final” entre os muçulmanos e os “infiéis” judeus e cristãos.