A imprensa internacional vem ignorando a crise de perseguição religiosa contra cristãos no Egito perpetrada pelos extremistas do Estado Islâmico, enquanto a tensão no país cresce diariamente.
O atual estágio de violência contra cristãos no Egito é consequência do expurgo que a aliança militar internacional vem promovendo no Iraque e Síria, expulsando os extremistas dos territórios desses países.
“As autoridades egípcias sempre falharam em proteger os cristãos que vivem no norte do Sinai e o governo deveria acabar com sua dependência dos habituais acordos de reconciliação que alimentam ainda mais um ciclo de violência contra as comunidades cristãs”, afirmou Najia Bounaim, diretora-adjunta da Anistia Internacional no Reino Unido.
Para quem vive no Egito, a urgência de ação das autoridades é ainda maior: “O que estamos vendo são ataques anticristãos acompanhados de várias violações aos direitos humanos e muitas tragédias motivadas pela religiosidade”, afirmou um líder cristão local, que preferiu o anonimato por questão de segurança, em declaração à Missão Portas Abertas.
“Há circulação de folhetos em determinadas aldeias com o seguinte recado ‘fuja ou morra’. Nos últimos anos, isso tem acontecido com mais frequência. Não é só no Sinai, mas em diversas outras áreas, incluindo o Cairo”, acrescentou, temendo pela segurança dos irmãos na fé.
A Portas Abertas aproveitou para relembrar o caso dos 21 cristãos copta sequestrados e assassinados em uma praia da Líbia pelo Estado Islâmico. O caso, registrado há pouco mais de dois anos, foi filmado e divulgado pelos terroristas com o título “uma mensagem assinada com sangue para a nação da cruz”.