A presença de mulheres no sacerdócio é um fato que vem se tornando cada vez mais comum no meio evangélico, mas a aceitação a essas ordenações ao ministério pastoral é baixa entre os fiéis dessa tradição cristã.
A constatação acima é da pesquisa realizada pelo instituto Barna Group, dedicado a estudar o comportamento e visão de mundo dos cristãos. O relatório do estudo revelou ainda que entre os católicos, a aceitação à presença de mulheres no sacerdócio é o dobro dos evangélicos, apesar de a Igreja Católica ordenar apenas homens ao ministério pastoral.
O universo pesquisado pelo Barna Group foi a comunidade cristã nos Estados Unidos, e os dados apontam para uma divisão entre os evangélicos: nas igrejas históricas, 74% dos fiéis aceitam a presença de mulheres no sacerdócio, enquanto nas igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais, somente 39% dos fiéis aprovam a ideia.
Segundo informações do portal Christian Times, entre os católicos que responderam a pesquisa, 80% dos fiéis se mostrou favorável, mesmo que sua denominação tenha apenas padres em suas fileiras pastorais.
Roxanne Stone, chefe de redação do Barna Group, disse que ter mulheres em papéis de liderança é uma questão muito complicada para os evangélicos pentecostais: “Há uma longa história entre os evangélicos de enfatizar a maternidade e a família como um chamado primário da mulher”, disse ela.
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“Embora a cultura mais ampla e grande parte da Igreja cristã tenha se afastado disso, os evangélicos parecem mais relutantes em fazê-lo”, disse, acrescentando que “esta relutância é muitas vezes ligada a uma leitura bíblica que insiste que os homens devem ocupar cargos de liderança na família e na igreja, e por extensão, na sociedade”.
A pesquisadora observou que as mulheres são maioria entre os fiéis, e geralmente estão envolvidas na organização da comunidade de fé, como parte da força de trabalho.
“Mulheres e homens merecem saber no que sua igreja acredita e porquê ela acredita. Esse tipo de postura vai se tornar cada vez mais ultrapassada. As igrejas e os membros precisam entender por que tal teologia ainda existe”, opinou a pesquisadora.