Um ex-pai de santo que se converteu ao Evangelho por intermédio de Sylvia Jane Crivella, primeira-dama da cidade do Rio de Janeiro, está no centro de uma polêmica após ser nomeado para um cargo na prefeitura, que é administrada pelo bispo Marcelo Crivella.
Roberval Batista Uzêda, de 53 anos, conhecido como “pai Uzêda”, coleciona algumas aparições na mídia. Em 2017, virou notícia por “benzer” o presidente Michel Temer. Antes, porém, o antigo candomblecista já havia sido manchete por manifestar apoio, em 2013, ao trabalho do pastor Marco Feliciano (à época no PSC) à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM).
A conversão ao Evangelho aconteceu após Uzêda passar a frequentar cultos na Igreja Pentecostal Anabatista, na Barra da Tijuca. Posteriormente, visitou também a Catedral da Fé, templo da Igreja Universal do Reino de Deus, na zona norte da capital fluminense.
De acordo com o ex-pai de santo, quem o apresentou a mensagem do Evangelho foi a esposa do prefeito: “Encontrei Jesus, graças a Deus. Fui doutrinado pela doutora Sílvia, primeira-dama, doutor Marcelo Crivella e o bispo João Mendes de Jesus. Conheci a Palavra de Deus e vi que estava numa furada. Deus me deu a luz”, afirmou, em entrevista ao portal Pleno News.
A polêmica surgiu na última semana de maio, quando seu nome surgiu como novo assessor da coordenadoria de Diversidade Religiosa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
Uzêda, no entanto, lamentou que o caso tenha se tornado motivo de discussão: “Estão tentando crucificar o prefeito Marcelo Crivella e o secretário João Mendes de Jesus. Acho um absurdo essa perseguição à Igreja Universal. Estou pensando seriamente em desistir, porque eu não preciso disso. Eu só aceitei porque trabalho com gente carente. E esse trabalho é para atender as pessoas necessitadas”, afirmou.
Na última quarta-feira, 30 de maio, o ex-pai de santo decidiu não tomar posse do cargo ao qual foi nomeado, para encerrar a polêmica. De acordo com informações do jornal O Globo, a desistência teria sido influenciada por um atrito com Marcelo Crivella.
“O prefeito e o bispo João Mendes de Jesus (secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, ao qual seria subordinado) não gostaram da entrevista [ao Pleno News]. Acharam que foi eu quem procurei a imprensa. Sem querer, vocês me deixaram sem salário para alimentar a mim e às minhas três filhas. Mas não estou magoado. Vou continuar a frequentar cultos evangélicos, me converti mesmo. Mas não a Igreja Universal, porque o prefeito ficou chateado ao saber que já me batizei por outra corrente religiosa”, encerrou.