Alexandre Canhoni, o ex-paquito Xand, sobreviveu aos protestos feitos por extremistas muçulmanos contra o jornal francês Charlie Hebdo no Níger, país onde vive há 14 anos como voluntário de uma missão cristã.
Canhoni trabalha na cidade de Niamey com a entidade evangélica Guerreiros de Deus, desenvolvendo trabalhos humanitários com crianças. Na ocasião dos protestos, sua casa foi parcialmente destruída, pois os muçulmanos quiseram se vingar das charges do Charlie Hebdo atacando cristãos.
Agora, a missão do antigo integrante do Xou da Xuxa é reconstruir a casa e a estrutura da ONG que atendia 250 crianças diariamente oferecendo refeições.
“Conseguimos um pouco de ajuda, mas está tudo detonado. Literalmente, nós perdemos tudo: geladeira, fogão, panelas, mesa, cadeira, coisas de escritório, cama, roupas. A casa está vazia. Abalaram as estruturas, como paredes, grades, portões, cercas de segurança. Entraram com picareta rasgando tudo”, relata Canhoni.
Além de sua casa, os muçulmanos saquearam e destruíram uma escola cristã, 45 igrejas – duas delas mantidas por denominações brasileiras – e um orfanato, além de estabelecimentos comerciais, como hotéis e bares, de acordo com informações do G1.
Com a ajuda de moradores locais, Canhoni aos poucos limpa os destroços do terreno e refaz parte da estrutura da casa: “A gente está em mutirão retirando os restos das coisas”, conta, antes de revelar que, com a guarda de 17 jovens que o acompanham, já conseguiu refazer algumas das colunas do imóvel.
“A gente está aguardando ajuda, ofertas, pessoas que podem contribuir”, afirma o missionário. O site da Guerreiros de Deus está pedindo auxílio e doações para custear a reconstrução da sede e a reestruturação do local, para poder voltar a atender as crianças nigerenses.
“A gente está num momento bem delicado. Mas uma coisa é certa, o que que nós temos a ver com a charge que aconteceu lá em Paris? Quer dizer, isso é independente de religião, é a questão do bom senso do ser humano, de a gente continuar a dar comida para essas crianças que são subnutridas. Essa é a nossa vontade”, resume.
Ao final, diz que não foi com sua esposa, Giovana, ao país que ocupa a última posição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para se aventurar ou ficar rico: “Nós estamos aqui há muitos anos. Todo mundo me conhece, sabe que somos cristãos. Aqui eles me conhecem não por ser ex-paquito da Xuxa, pelos filmes, de cantar e dançar. Aqui eles nos conhecem como um casal de brancos que chegou em 2001 e começou a ajudar as pessoas”.
Para saber mais sobre o trabalho da ONG Guerreiros de Deus e contribuir para a reconstrução da sede no Níger, acesse o site guerreirosdedeus.org.