Gângsters anti-cristãos estupraram e mataram uma menina de nove anos de idade após sua conversão ao Evangelho, e moradores do bairro onde ela vivia com a família relataram que o crime foi uma tentativa de desencorajar as outras pessoas a entregarem suas vidas a Jesus Cristo.
O caso de Anjali Masih foi registrado na cidade de Gurdaspur, no estado de Punjab, Índia, no último domingo, 05 de agosto. Testemunhas afirmaram que a menina brincava com outras crianças quando um grupo de homens a atraiu com uma goiaba, e a levaram para um local onde foi estuprada e estrangulada com um fio de telefone.
Segundo relatos de cristãos da redondeza à organização World Watch Monitor, os últimos meses foram marcados por um aumento da hostilidade aos cristãos na região, que tem predominância hindu e sikh. A tensão tem aumentado por conta do crescente número de famílias que se entregam a Jesus.
Uma cristão, que testemunhou o crime, relatou sob condição de anonimato que o grupo de homens é uma gang organizada que busca intimidar novas conversões ao Evangelho. A Índia vive dias de turbulência com inúmeros casos de intolerância religiosa e perseguição, e especialistas apontam a ascensão do nacionalista Narendra Modi ao poder em 2014 como o estopim da atual crise.
Até recentemente, o estado de Punjab (na fronteira com o Paquistão) era visto como um refúgio para os cristãos indianos. No entanto, após o assassinato de um pastor na cidade de Ludhiana em 2017 e o crime hediondo contra a menina Anjali, essa referência começa a ser colocada de lado.
Para alguns, os dois casos são isolados: “O estado de Punjab é muito seguro na Índia para os cristãos […] Há sikhs vivendo aqui — eles também são uma minoria religiosa na Índia. Somos também uma minoria, mas nunca tivemos ameaças. Mas infelizmente isso aconteceu e estamos todos chocados sobre como isso é possível. Ninguém sabe como isso pode acontecer”, lamentou o cristão que depôs sob anonimato por questões de segurança.
Leis “anti-conversão”, aprovadas sob o pretexto de impedir conversões forçadas, se tornaram combustível para gestos de intolerância e perseguição religiosa em vários estados da Índia, levando pessoas acusadas de tentarem converter terceiros a serem caçados publicamente, o que levou muitos cristãos evangelistas a se tornarem alvos de extremistas hindus, maioria no país.