A perseguição religiosa aos cristãos na Índia vem assumindo novos contornos. Após o crescimento de partidos nacionalistas que pregam a “pureza nacional”, sendo contrários, portanto, a presença de outras culturas religiosas, como o cristianismo, o sentimento de rejeição ao povo cristão tem sido observado através de grupos extremistas em várias partes do país.
Recentemente oito famílias cristãs foram vítimas de ataques e 32 pessoas foram espancadas, sendo ameaçadas e muitas expulsas de suas casas. Alguns precisaram de internação hospitalar para tratar dos ferimentos.
A organização Portas Abertas, que monitora os índices de perseguição religiosa aos cristãos em várias partes do mundo e também na Índia, está prestando auxílio através dos seus representantes no local.
Duas irmãs, Sunita e Meena, que precisaram fugir para uma região à 6 km de distância de onde moravam, foram acolhidas pelos missionários. Mesmo assim elas refletem a preocupação com o futuro. “E se eles nos pegarem de novo? Nós devemos fugir para outra vila?”, questionaram às garotas.
Infelizmente muitos casos de perseguição e violência contra os cristãos têm sido ignorado pelas autoridades. “Se uma pessoa da família é convertida ao cristianismo, o resto da família se une à aldeia e todos eles imediatamente boicotam socialmente essa pessoa”, disse uma fonte da organização World Watch Monitor em outra ocasião.
“O novo convertido cristão na Índia não terá emprego na aldeia e ninguém virá ajudá-lo com seu trabalho. O boicote social é apenas o começo. Depois disso, o novo convertido é constantemente ameaçado sob exigência de abrir mão de sua fé em Jesus; ele pode ser facilmente atacado ou ter a sua casa atacada”, acrescentou a testemunha.
Segundo a Portas Abertas, desde junho desse ano inúmeros templos cristãos foram fechados ou destruídos. Declarações públicas no meio político contra o crescimento do cristianismo no país também preocupam lideranças religiosas cristãs, tendo em vista a aprovação gradual de leis “anti-conversão” no país.