A intensa perseguição enfrentada pelos cristãos no Oriente Médio motivou declarações de duas importantes lideranças cristãs britânicas: o líder da Igreja da Inglaterra, arcebispo de Canterbury Justin Welby e o príncipe Charles, herdeiro do trono.
Welby tocou no assunto momentos antes de uma cerimônia na Abadia de Westminster, na última terça-feira, 04 de dezembro, enquanto o príncipe Charles mencionou a “inspiradora fé” dos cristãos no Oriente Médio durante seu discurso no mesmo evento.
Para o líder da Igreja da Inglaterra, os cristãos do Oriente Médio enfrentam uma situação de “extinção iminente”, já que sofrem “ameaças de assassinato diárias”. Welby descreveu o cenário de perseguição como o pior desde as invasões mongóis no século XIII.
“A situação dos cristãos em muitas partes do Oriente Médio tornou-se cada vez mais crítica. Nos aproximamos do Natal, precisamos orar por eles e falar por eles”, afirmou Welby, antes de cobrar que o governo britânico tome medidas para receber mais refugiados cristãos no país.
Segundo informações do portal Daily Mail, apenas 1 a cada 400 refugiados sírios que receberam asilo no Reino Unido em 2017 era cristão.
“Os cristãos enfrentam diariamente ameaças de violência, assassinato, intimidação, preconceito e pobreza. […] Nos últimos anos, eles foram massacrados pelo Estado Islâmico e, em muitos países, encontram-se espremidos entre as pedras de cima e de baixo da pressão que está sobre eles dentro da sociedade e dos conflitos que afligem a região”, destacou Welby, em um artigo publicado recentemente no jornal The Telegraph.
Inspiração
Na última terça, o príncipe Charles discursou na Abadia de Westminster e pediu que a paz seja um objetivo no Oriente Médio: “Eu encontrei muitos cristãos que, com fé e coragem tão inspiradoras, estão combatendo a opressão e a perseguição, ou fugiram para escapar dela. De tempos em tempos, tenho sido profundamente quebrantado e movido pela extraordinária graça e capacidade de perdão que tenho visto naqueles que tanto sofreram”, disse o herdeiro do trono britânico.
A declaração ganha importância por conta da presença de líderes das minorias perseguidas na região, como representantes dos cristãos conta (Egito), sacerdotes católicos (a denominação está presente em quase todos os países onde há intolerância contra cristãos), sacerdotes judeus e muçulmanos.
A Abadia de Westminster é a igreja onde Charles poderá ser coroado rei após a morte de sua mãe, rainha Elizabeth II. Se o príncipe chegar ao trono, será intitulado “Defensor da Fé”, uma posição estabelecida pelo rei Henrique VIII e usado por todos os soberanos britânicos desde então, segundo informações do portal The Christian Post.