O diretório estadual do Podemos decidiu expulsar o pastor Marco Feliciano (SP) do partido por conta de sua fidelidade intransigente ao presidente Jair Bolsonaro. O presidente estadual da legenda, Mário Covas Neto, também citou o tratamento bucal que o parlamentar fez ao custo de R$ 157 mil com verba da Câmara dos Deputados como um dos motivos.
A decisão no âmbito estadual ainda não é definitiva, pois de acordo com o regimento do partido, ainda cabe recurso à Executiva Nacional do Podemos. A decisão assinada pelo vereador paulistano Mário Covas Neto diz que o pastor não segue os padrões de “ética e moral” que a legenda defende.
Covas acrescentou ainda que Feliciano não teve o “espírito partidário inerente e necessário” para seguir filiado ao Podemos, e que por isso o “Conselho de Ética e Disciplina opinou pela imposição da penalidade de expulsão”.
“Parece-nos, outrossim, importante destacar que entendemos por desproporcional e pouco recomendado que, em pleno ano de 2019, o parlamentar se utilize de recursos públicas [sic] para fins particulares, vide o caríssimo tratamento (dentário) feito pelo representado e pago com dinheiro do povo”, diz o texto do diretório estadual.
Segundo informações do portal Uol, a Executiva Nacional do Podemos diz que o diretório estadual não tem “competência estatutária para a decisão proferida na reunião”. A presidente nacional do partido é a deputada federal Renata Abreu.
“O processo disciplinar que pode resultar na expulsão do deputado federal Marco Feliciano foi avocado pela Comissão Executiva Nacional, na forma do artigo 65 do estatuto partidário. Resulta, portanto, na ausência de competência estatutária para a decisão proferida na reunião estadual de São Paulo para este caso específico. O mesmo será resolvido na esfera federal por esse motivo.”, diz o comunicado dos responsáveis pelo partido a nível federal.
Como foi expulso, o pastor Marco Feliciano não corre o risco de perder o mandato de deputado. No Twitter, o deputado afirmou que a motivação do presidente do diretório estadual para expulsá-lo é pessoal: “Ser expulso de um partido por apoiar o presidente Bolsonaro é para mim motivo de orgulho. Mario Covas Neto ficou com medo de eu ser candidato à prefeito de São Paulo e me expulsou, pois colocou o Podemos a reboque dos interesses de seu parente Bruno Covas”, escreveu, fazendo referência ao atual prefeito paulistano, filiado ao PSDB.
Ser expulso de um partido por apoiar o presidente Bolsonaro é para mim motivo de orgulho. @mariocovasneto ficou com medo de eu ser candidato à prefeito de São Paulo e me expulsou, pois colocou o Podemos a reboque dos interesses de seu parente @brunocovas
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) December 10, 2019