Nos países onde o islamismo é a religião oficial do Estado, uma das principais acusações que os cristãos e outras minorias religiosas enfrentam injustamente é a de “blasfêmia“. Foi por causa dela que uma família cristã quase foi assassinada, após uma multidão de muçulmanos se formar com a intenção de punir o que foi considerado uma afronta à doutrina criada por Maomé.
Este caso ocorreu em Railway Colony, Wazirabad, na República Islâmica do Paquistão. Aftab Masih, de 42 anos, sua esposa e mais cinco filhos foram acusados de blasfêmia, porque o patriarca da família impediu que um jovem muçulmano de 18 anos tentasse persuadir os seus filhos de 12 e 5 anos a se converter ao islamismo.
Segundo informações do CLAAS, os filhos de Aftab foram impedidos pelo jovem muçulmano de retirar água nas torneiras que ficam aos arredores de uma mesquita local. Eles foram alertados que contaminariam a fonte de água se bebessem daquele local. Para que isso não ocorresse, teriam que se converter ao islamismo.
Foi nesse momento que o pai das crianças chegou e interveio na situação. Aftab disse ao muçulmano, chamado Zain Shah, que se historicamente eles não conseguiram converter Baba Guru Nanak – fundador do siquismo – para o Islã, por que ele continuaria incomodando seus filhos?
Foi esse questionamento de Aftab ao jovem muçulmano que fez com que o rapaz acusasse a família cristã de blasfêmia. A família de Zain também tomou às dores do rapaz e a acusação foi espalhada pela comunidade, até que uma multidão de pelo menos 300 muçulmanos se reuniu à noite com a intenção de assassinar os cristãos.
Felizmente, tanto a polícia local quanto alguns clérigos islamitas interviram na situação, impedindo que o ato brutal ocorresse. O caso então foi transferido para ser julgado por Asif Hazarvi, líder de Jamiat Ulema-e-Pakistan (JUP), onde os dois lados puderam apresentar seus argumentos.
Ainda assim, a família cristã precisou abandonar o seu lar devido ao medo dos radicias. Eles foram acolhidos por um padre, com quem aguardam o desfecho da situação.