As “sujeiras embaixo do tapete” da França foram o centro de um artigo do pastor Marco Feliciano (PODE-SP) sobre a intromissão do presidente desse país, Emmanuel Macron, nos assuntos internos do Brasil, em especial sobre a Amazônia.
A tentativa de Macron de impor uma agenda de discussão que culminasse na “internacionalização” da Amazônia foi frustrada pela postura altiva do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), que usou o episódio para demonstrar força da diplomacia do país, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Em conversa com os demais representantes do G7, grupo de nações mais ricas do planeta, Bolsonaro e Araújo conseguiram isolar Macron, que precisou recuar de sua intenção ao ver que não obteve apoio dos demais integrantes do grupo, em especial, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Alemanha.
Segundo Feliciano, a atitude de Macron é parte do “latente imperialismo francês”, uma espécie de vocação para a ambição de colonizar povos. Essa mesma proposta já havia sido “anteriormente cogitada pelo seu antecessor François Mitterrand, em 1991”, relembrou o pastor.
A sanha do presidente francês expõe uma contradição, na visão de Feliciano, já que Macron tenta se impor como um salvador da Amazônia, mas não se dedica a cuidar das “antigas colônias na África, abandonadas após décadas de fomento de lutas tribais, onde o algoz colonial ainda obtém lucro com exploração mineral nas mãos de prepostos armados pela matriz”.
“Macron também se coloca como baluarte da ecologia, mas deveria atender reivindicações da Polinésia Francesa. O conjunto de ilhas foi contaminado por 193 testes nucleares executado na década de 1990. O crime foi executado pelo exército francês e ainda restam 3.200 toneladas de resíduos nucleares na região, o que causa mortes por câncer até hoje”, contextualiza Feliciano.
“A Ilha do Taiti, durante os testes, foi exposta a radiações nucleares até 500 vezes maior que o tolerável”, acrescenta o parlamentar, que é um dos fiéis apoiadores de Bolsonaro no Congresso Nacional. Essa mesma linha de raciocínio já havia sido exposta pelo general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“Tentar interferir em nossa soberania por motivos eleitorais, afim de agradar fazendeiros subsidiados pelo seu governo, faz de Macron no mínimo suspeito de intenções secundárias sobre a preservação da Amazônia, mormente sabedor de que não houve aumento de desmatamento e queimadas em relação aos anos recentes”, criticou Feliciano.
Ao final do artigo publicado no portal Pleno News, o pastor diz pedir a Deus “que nos proteja de falsos amigos que demonstram preocupação com nossa Amazônia ocultando as verdadeiras intenções”.