Alcançar populações da Amazônia pode não ser uma tarefa fácil, considerando que para chegar em muitas comunidades ribeirinhas é preciso navegar quilômetros em veículos como balsas, barcos e canoas. Mas, essa tem sido a missão de uma igreja que já batizou 14.500 pessoas em apenas seis meses.
Se trata da Igreja Quadrangular, liderada na região pelo pastor e missionário Josué Bengtson, presidente da filial em Belém. A ação evangelística que a denominação tem realizado no Noroeste do Brasil tem sido tão eficaz que chamou atenção da emissora americana CBN News.
Em seu portal oficial, a emissora disse estar havendo uma “profunda transformação espiritual” na Amazônia, com sua população se rendendo à fé evangélica de forma cada vez mais explícita.
“Hoje, o cristianismo evangélico está remodelando o tecido espiritual da região, levando a novos convertidos e igrejas”, diz a CBN News, que enviou correspondente ao Brasil para conferir pessoalmente o trabalho missionário local.
Foi nessa viagem que entrevistaram o pastor Bengtson, o qual teve a oportunidade de traçar um breve histórico da atuação da Igreja de Cristo na Amazônia brasileira, onde vivem 30 milhões de pessoas.
“Na época em que começamos a evangelizar nesta região, tínhamos apenas alguns trabalhadores e, em alguns municípios, os pastores tinham que caminhar de 10 a 15 km para abrir uma congregação”, disse Bengtson à CBN News. “Hoje, quase todas as igrejas de médio porte na Amazônia têm um pequeno barco.”
Atualmente existem 3.200 congregações quadrangulares na região, e a meta da denominação é dobrar o número de batismos ainda em 2024. “Nos primeiros seis meses deste ano, batizamos 14.500 pessoas. Nosso objetivo para este ano é batizar mais de 30.000 pessoas”, contou o pastor.
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Ainda de acordo com a CBN News, para o sociólogo José Eustáquio Alves, considerado um dos principais nomes do ramo no Brasil, o crescimento da igreja evangélica na Amazônia pode ser um reflexo, também, do relacionamento profundo dos pastores com as comunidades.
“A Igreja Católica tem muita dificuldade em treinar novos padres, por isso é muito comum ver Igrejas Católicas na Amazônia, mas não sacerdotes suficientes para liderar congregações”, disse o sociólogo.
“Um padre vai uma vez por mês ou uma vez a cada semestre para a Amazônia e muitas vezes está longe da comunidade. Os evangélicos, por outro lado, treinam rapidamente pastores que se integram à comunidade e por muito tempo.”
Para o sociólogo, a região Norte do Brasil pode estar vendo florescer um verdadeiro despertar espiritual. “Acho que o renascimento que esperamos aqui no Brasil está acontecendo na Amazônia”, conclui ele.