O projeto do Dia de Combate à Cristofobia, aprovado na Câmara Municipal de São Paulo, foi vetado pelo prefeito Fernando Haddad (PT). A data seria celebrada no dia 25 de dezembro.
A justificativa de Haddad para vetar a criação da data foi que os cristãos são maioria na sociedade brasileira, e a proposta seria uma “provocação” contra quem defende as minorias, como os ativistas gays, por exemplo.
“Com efeito, ao pretender vitimizar e conferir uma espécie de deferência especial a grupo que, na realidade, é majoritário na sociedade brasileira, o projeto demonstra a intenção de provocar os defensores dos direitos das minorias”, afirmou Haddad. “Além disso, ao escolher o dia de Natal para tanto, a iniciativa beira a blasfêmia”, acrescentou, manifestando sua opinião sobre o tema.
O prefeito disse ainda que a pretensa data de combate às manifestações contrárias aos princípios cristãos seria um “desserviço aos esforços” que a cidade vem fazendo “em prol da convivência pacífica com a pluralidade democrática”.
O projeto, criado pelo vereador Eduardo Tuma (PSDB), frequentador da igreja Bola de Neve, foi considerado pelo prefeito como oposto “aos princípios constitucionais basilares”.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, Tuma afirmou que irá reapresentar o texto à Câmara, para tentar derrubar o veto do prefeito: “Não é um projeto que apregoa qualquer religião. Ele foi apresentado para garantir a liberdade de expressão dos cristãos falarem sobre qualquer tema, e fatalmente isso leva à questão da opção sexual”, disse o vereador.
Para o autor do projeto, estabelecer essa data seria importante para esclarecer que a visão cristã a respeito da homossexualidade segue um princípio de fé, e não preconceito. “Na verdade, com essa medida, ele [Haddad] mostra que não prestigia [a todos] de forma igualitária”, concluiu.