O último capítulo de Babilônia, exibido na sexta-feira, 28 de agosto, teve a pior audiência para um encerramento de novela da TV Globo, com média de 32,2 pontos.
A novela, que deveria ser um marco nas comemorações dos 50 anos da Globo, teve em toda sua exibição uma audiência muito abaixo do que a emissora está habituada para suas produções de teledramaturgia. Com 25 pontos de média no Ibope, Babilônia fechou com 18 pontos abaixo de sua antecessora, Império.
O boicote promovido por evangélicos contra a novela foi bem-sucedido, já que havia incômodo com a forma caricata que os cristãos dessa vertente eram apresentados na trama, além da exposição de múltiplos beijos-gay e a constante briga de “gato e rato” entre as protagonistas.
“Telespectadores teceram críticas negativas sobre a trama. A rejeição inicial, aparentemente, se deu pelo conservadorismo do público, mas também pelo alto teor de tensão da trama, com excessos de vilania das personagens Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Glória Pires), cenas de sexo e temas densos como corrupção e homofobia”, destacou o jornal Diário de Pernambuco.
No último capítulo, o político corrupto Aderbal Pimenta, descrito como evangélico, explodiu uma igreja para desviar o foco das acusações de corrupção que pairavam sobre ele, e posou de herói ao salvar uma criança.
Os três autores, Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, ainda reforçaram sua predileção por associar os evangélicos à homofobia ao fazer o personagem Aderbal usar uma bandeira com as cores da militância homossexual para enrolar a bomba, como forma de incriminar os ativistas gays. Para internautas e críticos, os autores passaram do ponto.
“A parte mais crítica do final de Babilônia pareceu ser o recado dos autores a toda a caretice que a novela enfrentou. Aderbal (Marcos Palmeira) manda explodir uma igreja para sair como salvador e o seu discurso anti-gay continha uma cutucada ao desenrolar uma bandeira gay da bomba plantada: ‘Essa bandeira com o arco íris é o símbolo dos destruidores da família brasileira’”, opinou o jornalista Daniel Castro, reproduzindo trecho do diálogo no final da novela.
Por fim, mais beijos entre os casais gays de Babilônia, numa espécie de reforço da postura adotada no primeiro episódio, que causou repulsa no público, que respondeu com um expressivo boicote.