A Polícia Civil de Belém (PA) prendeu um homem identificado apenas como “pastor” sob acusação de aplicar um golpe em fiéis, pedindo dinheiro para uma suposta reforma no templo.
A prisão ocorreu na última terça-feira, 21 de junho, depois de a Polícia investigar a denúncia de uma das vítimas, que teria repassado sozinha R$ 120 mil ao “pastor”, que afirmava que o valor seria usado na reforma da igreja e em causas beneficentes.
A vítima afirmou que entregou o valor em espécie para o pastor, sob a condição de que o dinheiro estava sendo emprestado e fosse devolvido com data marcada. Depois que cheques sem fundo foram entregues pelo “pastor”, surgiu a desconfiança.
De acordo com informações do portal Uol, dias depois de receber uma parte do dinheiro, a vítima voltou a ser procurada pelo “pastor” para pedir mais dinheiro. Outros fiéis também receberam o mesmo pedido, com a justificativa de ajudar terceiros.
No depoimento à Polícia, ontem, terça-feira, o “pastor” pediu mais R$ 30 mil emprestados à mesma vítima que havia cedido os R$ 120 mil. Como já desconfiava tratar-se de um golpe, o fiel denunciou o caso e os investigadores passaram a procurar pelo acusado de imediato.
O “pastor” foi preso em flagrante pelo crime de estelionato qualificado, e encaminhado para a 1ª Seccional Urbana da Sacramenta, onde ficará à disposição da Justiça. De acordo com o portal Uol, ele não teve sua identidade revelada pelas autoridades na nota informativa sobre o caso divulgada pela Polícia Civil.
Golpistas
Em 2018, outro “pastor” forjou o próprio sequestro, pedindo seu resgate em bitcoins, e depois de quatro dias desaparecido e sendo procurado pela Polícia, se apresentou em uma delegacia e foi preso.
Alexandre Geraldo dos Anjos, de 34 anos, atuava como pastor da Assembleia de Deus Missão, em São José dos Campos (SP). Ele foi a uma delegacia “denunciar” que tinha sido sequestrado no bairro Vista Verde, onde se encontrou com outro pastor, mas que havia conseguido fugir do cativeiro.
No entanto, a versão inicial não se sustentou quando os policiais civis o encaminharam para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São José, onde prestaria depoimento. Então, o pastor decidiu confessar que tratava-se de uma trama falsa.
“Nós recebemos uma denúncia ontem informando que o pastor tinha almoçado em um restaurante em Jacareí. Fomos até lá e pegamos a filmagem e vimos que ele estava tranquilo. Então, quando ele começou a contar a história do sequestro, já desconfiamos e ao pressioná-lo, ele revelou a mentira”, contou o delegado Neimar Camargo.
O delegado revelou que o pastor disse que sua motivação foram as dívidas que possui, e que o valor das unidades da criptomoeda seria o suficiente para quitá-las: “Ele tinha pedido o pagamento de três bitcoins, mas como já desconfiávamos, a família não tinha pago”, explicou Camargo, que descobriu que o pastor comprou um chip de celular com prefixo 11, de São Paulo, para enviar as mensagens pedindo o resgate.