Os cristãos da República do Sudão, um país africano que fica ao norte do Egito, estão vivendo um dilema político que envolve perseguição religiosa ao cristianismo no país. Isso, porque, alegando que foram construídas em terreno destinado a “outras finalidades”, o governo ordenou a destruição de 25 igrejas, mas os cristãos se recusam abandonar os templos.
As igrejas ficam localizadas na na área de Cartum, e em 13 de junho de 2016, uma instituição do governo responsável pela proteção de terras, meio ambiente e áreas de proteção do governo, revelou que 25 igrejas cristãs foram marcadas para demolição.
O governo, por sua vez, afirmou que é porque foram construídas numa área com outras finalidades, mas os cristãos que se recusam abandonar os templos alegam que se trata de perseguição religiosa aos cristãos, como forma de reprimir o crescimento do evangelho no país. Em 2012, por exemplo, noticiamos como os Estados Unidos foram chamamos para intervir no Sudão do Sul, devido a perseguição aos cristãos.
“Este não é um ato isolado, mas deve ser tomado com uma perspectiva mais ampla”, disse Yahia Abdelrahim Nalu, Pastor da Igreja Presbiteriana local. Segundo ele, não apenas templos evangélicos são alvos do governo, mas também igrejas católicas.
O reverendo Mubarak Hamad, presidente do Conselho de Igrejas do Sudão, denunciou que Mesquitas (templos muçulmanos) localizadas na mesma região onde ficam as igrejas cristãs não foram incluídas na ordem de demolição, o que reforça a certeza de que os cristãos estão sendo vítimas de uma perseguição religiosa do governo motivada pelo radicalismo islâmico.
“Estou aqui emitindo a ordem de demolição das igrejas que estão ligadas a áreas residenciais e playgrounds públicos em bairros da localidade do Leste do Nilo”, escreveu Mohamad el Sheikh Mohamad, o funcionário do governo responsável pelo órgão de “proteção” das terras, na ordem de demolição enviada no dia 20 de junho de 2016.
Apesar da ordem de destruição das igrejas, os fiéis se recusam abandonar os templos; “o edifício da igreja está lá desde 1991. Nós ainda estamos adorando lá, mas temendo a demolição a qualquer momento.”, disse um dos membros ao site Morning Star News, representando os cerca de 180 membros apenas na sua comunidade.
Não é a primeira vez que o Sudão faz ações desse tipo. Devido seu histórico de perseguição aos cristãos e perseguição de igrejas cristãs, o país virou alvo do Departamento de Estado dos EUA desde 1999 para casos desse tipo, assim como da Comissão Internacional de Liberdade Religiosa, que recomendou a inclusão em sua lista de países de risco em 2016, além de ficar em quinto lugar na lista da “Open Doors”, entidade que monitora a perseguição aos cristãos em mais de 50 países.