Hillary Clinton, ativista política de esquerda e candidata à Casa Branca derrotada em 2016, afirmou que muitos jovens têm deixado as igrejas porque, em sua visão, o cristianismo se tornou muito crítico e alienante.
A ex-senadora de Nova York pelo Partido Democrata, ligada à Igreja Metodista – denominação que se tornou conhecida pela linha teológica liberal –, afirmou que “muitas pessoas estão deixando a igreja, muitos jovens estão deixando a igreja, em parte pela maneira como eles entendem o que o cristianismo se tornou muito julgador, muito alienante, que pensam consigo mesmos, ‘bem, eu não preciso disso’”.
A declaração foi feita durante um podcast com o pastor e ativista político William J. Barber II, da Greenleaf Christian Church em Goldsboro, na Carolina do Norte, conforme informações do portal The Christian Post.
Ao longo da entrevista, Hillary Clinton argumentou que a expressão “vidas negras importam” (black lives matter) é uma “declaração teológica”, e assim, sugeriu que as igrejas nos Estados Unidos devem ser parceiras neste momento de “despertamento moral”.
“Quando você pensa sobre o esforço muito intencional e coordenado de um partido político para basicamente tentar possuir o cristianismo e ignorar o papel da igreja afro-americana, ele negligencia, como você diz, muita teologia, muita história. Ele também ignora este momento no tempo. Vidas negras importam e eu vejo isso profundamente como uma declaração teológica”, disse Clinton.
Omissões
Em abril de 2019, Hillary se recusou a reconhecer um ato de cristofobia no Sri Lanka, quando um atentado durante a celebração da Páscoa em uma igreja, reivindicado pelo Estado Islâmico, matou mais de trezentos cristãos. Na ocasião, referiu-se às vítimas como “adoradores da Páscoa”.
Agora, tentando moldar a mensagem do Evangelho à ideologia que seu partido prega, a ex-senadora tenta culpar os cristãos pelo racismo nos EUA: “Sabe, dizer que Jesus e justiça são a mesma coisa me parece tão óbvio. Quero dizer, como você pode ser uma pessoa que lê a Bíblia, uma pessoa que frequenta a igreja, e não entende o quão verdadeira essa frase simples realmente é”, acrescentou.
Seu interlocutor, William J. Barber, respondeu dizendo que o país é composto por duas teologias opostas: a da “religião dos proprietários de escravos” e da “religião do abolicionista”, que se uniu para lutar contra o racismo, omitindo que o presidente norte-americano que defendeu a abolição da escravidão no país, Abraham Lincoln, era do Partido Republicano.
Barber acrescentou ainda que os protestos raciais nos EUA são as “dores de parto” de uma reconstrução social, alinhando a afirmação com os valores defendidos pelo movimento Black Lives Matter em sua página oficial.
“O que a Igreja deveria estar fazendo?”, questionou Hillary sobre a percepção de que “muitos jovens estão deixando a igreja”. O pastor, então, respondeu: “Os jovens estão muito abertos à fé que fala de transformação, de amor, de justiça, de igualdade, de essência, a essência do que significa ser uma pessoa de fé. Eu acho que temos que estar engajados. Nos dias em que vivemos, não há como a igreja ficar em quarentena dentro das quatro paredes de um edifício, porque nunca foi isso que pretendia fazer”, disse William J. Barber II.