A perseguição religiosa aos cristãos na Índia continua preocupando autoridades cristãs em todo o mundo. Posta como um dos dois países no planeta que mais promove a intolerância religiosa institucionalizada, ao lado da China, a Índia possui casos assustadores de violência contra os que professam a fé em Jesus Cristo.
Um desses casos é o de uma jovem cristã de apenas 22 anos, identificada como Bahia, convertida ao cristianismo aos 15 anos. Ela contou a organização Portas Abertas que foi brutalmente espancada até perder a consciência, além de ter sofrido ameaças de estupro e morte por seguidores do hinduísmo, religião que adora milhões de deuses e acredita na reencarnação.
Na Índia há diversos grupos de hindus e alguns são considerados extremistas, tal como os muçulmanos radicalizados. Eles defendem um discurso nacionalista, onde religiões “estranheiras” não são admitidas, gerando por isso uma onda de perseguição aos indianos que professam a fé em Jesus Cristo.
Na aldeia onde Bahia morava, um desses grupos culpou os cristãos que vivem no local pela morte de uma senhora idosa. Eles utilizaram esse argumento para tentar justificar, injustamente, o espancamento dos cristãos e a expulsão deles da aldeia.
Por ser uma líder de célula e uma cristã muito atuante em sua comunidade, Bahia o grande alvo dos extremistas hindus:
“Fomos agredidos verbalmente e os líderes da nossa aldeia realizaram muitas reuniões para falarem sobre nós. Mas nós não vimos a violência chegando. Foi uma semana depois que voltamos para a aldeia que fomos atacados. Tudo aconteceu tão de repente”, disse ela.
Quando os agressores invadiram a sua casa e lhe arrastaram para fora, ela perguntou sobre o motivo da violência, e eles responderam: “Você é Cristã! Você tem que sair daqui. Esta não é a sua casa”.
Não adiantou Bahia tentar se defender, porque eram muitos. Segurada pelos dois braços, ela foi espancada até sangrar e perder a Bíblia que estava abraçada. “Vamos queimar esse livro”, disse um dos agressores.
Testemunho de fé e superação
Bahia acordou em uma floresta, junto com sua mãe e outros 19 cristãos. Ela havia sido resgatada após o espancamento e levada para junto dos que estavam refugiados na mata, escondidos dos agressores. Eles ligaram para a Polícia local, mas às autoridades foram omissas quanto ao caso.
“A polícia simplesmente disse a todos que devemos viver juntos em paz. Então eles foram embora. Voltamos para a aldeia novamente”, disse Bahia, destacando que depois o grupo de cristãos achou melhor sair da aldeia, assim como ela:
“Quando nos expulsaram da aldeia, ameaçaram me estuprar ou me matar se eu voltasse. A situação na aldeia ainda não foi resolvida”, disse ela, explicando o motivo da sua saída. Atualmente ela mora em uma escola bíblica, o que está sendo bom para ela.
“Eu quero passar mais tempo aprendendo sobre Deus para que um dia eu possa voltar para lá com o evangelho. Essa é a promessa que fiz à minha mãe. É o meu profundo desejo de compartilhar a palavra de Deus”, destaca.
Bahia entende que o sacrifício de Jesus Cristo foi para toda a humanidade e que o evangelho não é só mais uma religião, mas sim a própria revelação de Deus para a nossa salvação:
“Eu quero dizer a todos eles que Jesus não morreu apenas por estrangeiros. Ele morreu por todos. Essa é a minha mensagem para as pessoas da minha aldeia, para as pessoas na Índia e para as pessoas fora do nosso país”, disse ela.
“Não tenham medo quando a perseguição chegar até vocês. Faz parte da vida cristã. É um privilégio ser perseguido. Não fique triste ou desanimado”, conclui. Com informações: Guiame.