A Índia ocupa a 11ª posição na lista de países que mais perseguem os cristãos no mundo em 2018, segundo informações da organização Portas Abertas. As consequências disso foram vistas de forma muito contundente na declaração de um importante político local, ao afirmar que os cristãos “são uma ameaça para a unidade do país” em pronunciamento.
“Os missionários cristãos controlam o Congresso Nacional Indiano. Sonia Gandhi, mãe do presidente do Congresso, Rahul Gandhi, trabalha em favor desses missionários e eles são uma ameaça para a unidade do país”, disse Bharat Singh, membro do Partido Bharatiya Janata (BJP), responsável pelo governo atual do país.
A declaração de Rahul é vista com extrema preocupação, uma vez que ela reforça, mesmo que indiretamente, o aumento do radicalismo entre os hindus e muçulmanos no país. Inúmeros casos de agressão e ameaças dos praticantes do hinduísmo e islamismo aos cristãos estão sendo registrados na Índia.
Preocupado com a declaração, o presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos, Sajan K. George, reagiu ao pronunciamento preconceituoso de Rahul dizendo que ele tinha “a intenção de semear a discórdia entre as comunidades religiosas”, contrariando, assim, o propósito de uma reunião com cerca de 1.500 líderes de diferentes religiões realizada na cidade de Indore no início do mês, para promover o respeito entre os segmentos religiosos e a não violência.
“Nós vemos um aumento da violência no país e ainda não encontramos uma solução. Aqueles que espalham a violência não são pessoas religiosas. Eles não entendem os princípios da própria religião”, disse Adil Sayeed, um dos organizadores do evento.
Quem se pronunciou também foi Jacob Corepiscopa, um líder cristão de uma igreja no estado de Kerala.
Ele ressaltou que os cristãos não “forçam ninguém a se converter” e que o trabalho de assistência feito nas comunidades é uma forma de expressão do amor de Deus. Na prática, Jacob quis dizer que a conversão ao cristianismo é uma consequência do testemunho acerca da fé em Cristo, e não uma imposição:
“É assim que compartilhamos nosso amor com os outros. Essas coisas são deturpadas como esforços para buscar conversão religiosa”, disse ele, segundo o Portas Abertas.