Uma igreja na Holanda foi alvo de um atentado a bomba. A fachada do templo foi danificada, mas ninguém se feriu no incidente.
A Igreja Mieraskerk havia decidido ignorar as restrições impostas por autoridades, e vinha fazendo uso de sua liberdade de culto, mantendo as reuniões presenciais. O templo, localizado em Krimpen aan den Ijssel – uma área vizinha a Roterdã – foi atacado por volta das 04h30 do último dia 30 de março.
De acordo com informações da agência AFP, a Polícia informou através das redes sociais que “ninguém ficou ferido na explosão, mas a fachada do prédio foi danificada”. Os investigadores acreditam que a bomba teria sido feita a partir de fogos de artifício, conforme relatado pela imprensa da Holanda.
Dias antes, um jornalista da RTV Rijnmond tentou cobrir a reabertura do templo foi impedido pelos membros de permanecer no local. Ele alega que foi agredido com chutes e empurrões. Na cidade de Urk, outro jornalista do tabloide PowNed foi atropelado por um carro no domingo, quando tentava entrevistar pessoas na saída da igreja de Sionkerk.
No mesmo dia, em uma Igreja Católica da cidade, centenas de fiéis foram a uma missa, expressando sua contrariedade com as medidas restritivas impostas pelas autoridades sob o pretexto de combater a pandemia de covid-19.
As leis de liberdade religiosa na Holanda impedem que o governo intervenha nas igrejas ou imponha multas.
Europa intolerante a cristãos
No começo de março, um dos templos protestantes mais conhecidos do país foi vandalizado na véspera do dia da mulher. A Igreja de São Martini em Bremen foi coberta por tinta de diversas cores, e os vândalos também invadiram o interior do templo e roubaram os extintores, conforme revelou a investigação conduzida pela Polícia da cidade.
A Igreja Protestante de São Martini é bem conhecida na Alemanha porque segue uma teologia evangélica conservadora, sem margens para o liberalismo ou para a chamada “teologia inclusiva”.
Essa igreja esteve no noticiário ano passado quando, em novembro, o pastor principal foi condenado a pagar uma multa de € 8.100 por fazer afirmações durante um sermão que foram consideradas discurso de ódio contra homossexuais.
O pastor apresentou recurso à condenação, mas a Igreja Protestante Alemã de Bremen, à qual pertence a congregação St. Martini, suspendeu provisoriamente o ministério do pastor Latzel sob o argumento de que a condenação era um mau testemunho para a sociedade.
Agora que o templo foi vandalizado, a denominação condenou o ataque contra a igreja de St. Martini, dizendo: “Em uma democracia, essas não são formas legítimas de expressar opiniões”.
Esta não é a primeira vez que a Igreja de São Martini é alvo de radicais. Em abril de 2020, um grupo grafitou mensagens de intolerância religiosa e cartazes da ideologia de esquerda nos vitrais da porta e da janela da igreja. Em outras ocasiões, o site da igreja foi alvo de ataque hacker.
Em janeiro de 2020, uma igreja pentecostal na cidade de Tübingen, no sudoeste da Alemanha, foi alvo de uma expressão de ódio de um grupo feminista, que pichou o templo e incendiou um veículo da congregação.