Em diversos países de maioria islâmica a existência de leis que visam impedir a conversão à outras religiões é um grave problema para a liberdade das pessoas. Muitos só percebem o quanto isso é ruim quando decidem abandonar suas crenças, para assumir um novo estilo de vida, e isso acontece principalmente com os ex-muçulmanos.
Na República Argelina Democrática e Popular, mais conhecida como Argélia, um país localizado na África do Norte, não é muito diferente. Lá existe a Lei 03/2006, que além de prever a multa de 500.000 a 1 milhão de dinares, também estabelece dois a cinco anos de prisão para quem:
“Incite, restrinja ou utilize meios de sedução tendendo a converter um muçulmano a outra religião, ou usando para esse fim as instituições de educação, saúde, instituições sociais, culturais ou educacionais, ou outro estabelecimento, ou vantagem financeira”.
Uma prova de como essa lei pode ser utilizada contra a liberdade religiosa é o caso de Rachid Ouali e seu amigo de 67 anos, Ali Larchi. Os dois são cristãos e marcaram um jantar em família, com suas esposas, em Bechloul no final de junho.
Durante a refeição os dois amigos começaram a compartilhar experiências de fé, dando glórias a Deus pelos feitos, enquanto suas esposas conversavam. Todavia, a esposa de Ouali ficou de pé em certo momento e gritou: “Você me trouxe aqui para me converter e negar minha religião. Você colocou uma armadilha para mim”.
Segundo informações do God Reports, no entanto, tudo não passou de uma armação planejada pelos irmãos da esposa de Quali, que lhe obrigaram a fazer uma cena como se estivesse sendo coagida para se converter ao cristianismo. O objetivo foi chamar atenção dos vizinhos para depois denunciar o marido na delegacia, com base na Lei 03/2006.
“Eu não queria fazer isso, foram meus irmãos que me obrigaram”, confessou ela ao marido, após oficializar a denúncia na delegacia. “Estou presa entre minha família e meu marido, não sei o que fazer”.
O advogado dos dois amigos, Sadek Najib, disse que a única alternativa é se a mulher (que não teve o nome revelado por motivo de segurança) confessar perante a justiça de que a denúncia foi forjada. “Se essa mulher negar ter sido forçada a ser cristã e renunciar ao Islã, o caso será encerrado”, disse ele.