Um jornalista e diretor produziu um documentário para expor líderes religiosos que, apesar da pregação contrária à homossexualidade, levam uma vida de dupla moral, cultivando relacionamentos virtuais através das redes sociais.
O filme “Amores Santos”, produzido e dirigido por Dener Giovanini, vai mostrar gravações de 150 sacerdotes, incluindo pastores, padres, bispos e seminaristas, praticando sexo virtual com um ator contratado.
“Nossa intenção é mostrar a hipocrisia daqueles que, independentemente do credo, fazem às escondidas o que condenam dentro da igreja”, disse o jornalista em entrevista à agência de notícias Efe. “Temos umas 500 horas de gravações com centenas de religiosos católicos, evangélicos, protestantes e anglicanos praticavam sexo virtual na frente da webcam, assim como os arquivos de suas conversas com o nosso ator nas redes sociais”, acrescentou.
Esse é o primeiro trabalho de Giovanini sobre um tema social/religioso, de acordo com informações do Terra. A intenção, segundo ele, é denunciar a hipocrisia entre o discurso e a prática: “A pesquisa que fizemos nos permitiu perceber que muitos religiosos que têm esse discurso também eram homossexuais. Então decidimos contratar a um ator e inventamos um perfil no Facebook para atrair religiosos”, revelou.
“Foram seis meses de contatos e três meses de gravações das webcam. Não imaginávamos a quantidade tão grande de religiosos que atrairíamos, nem que teríamos cenas tão fortes deles usando seus hábitos, alguns na sacristia”, disse Giovanini.
Como cautela, o jornalista afirmou que todos os perfis que alegadamente eram sacerdotes e propuseram nudes ao ator foram verificados criteriosamente antes de serem incluídos no documentário. “Não queremos prejudicar ninguém, apenas mostrar a hipocrisia dos discursos de religiões que condenam isso. Não é um filme contra as religiões, mas para mostrar que existe algo errado e perigoso em seu discurso”, afirmou, revelando que os rostos e nomes foram ocultados para poupar as identidades.
Giovanini aponta que espera causar grande repercussão na Igreja Católica, por causa de imagens com religiosos do próprio Vaticano, em cenas que ele classifica como “chocantes”.