A Avon lançou uma campanha publicitária em que abraça o progressismo em duas de suas vertentes: a linguagem neutra e a ideia em torno de mulheres transexuais, pregando a prevenção ao câncer de próstata junto a esse público.
No texto da campanha, intitulada “Mês Violeta”, exalta as figuras que se apresentam como fruto da chamada “construção social” e aplica o dialeto politicamente correto: “Somos uniques”.
“Todo ano é a mesma coisa: falam de câncer de mama como se homens não tivessem peito. Falam de próstata como se algumas mulheres não tivessem. Mas a gente resiste, a gente precisa de espaço, para falar do que todo mundo precisa: mês violeta. Cuidado com um corpo que existe para além do azul e do rosa, por que a gente não é igual, somos uniques e precisamos cuidar de nós”, dizem os narradores do comercial.
As campanhas de saúde mencionadas no comercial, Outubro Rosa, dedicada à conscientização de mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, e Novembro Azul, com o mesmo objetivo em relação aos homens sobre o câncer de próstata, já abrangem toda a população.
A premissa da campanha publicitária da Avon, de que uma pessoa transexual não saiba seu sexo biológico e a necessidade dos cuidados da própria saúde dependam de campanhas personalizadas, expõe a verdadeira intenção da empresa: desconstruir padrões sociais conservadores.
A Avon já havia cedido ao ativismo LGBT em 2012, quando removeu livros da Editora Central Gospel e do pastor Silas Malafaia de seu catálogo em resposta a pressões feitas pela militância.
Desde então, outras empresas abraçaram ideais progressistas, como no caso da Natura em 2020, quando usou a transexual Thammy Miranda como símbolo de sua campanha de Dia dos Pais.
Negacionismo
O sociólogo cristão Thiago Cortês avaliou a iniciativa da empresa de cosméticos como uma sinalização de seu compromisso com as ideologias de esquerda que atuam, paralelamente, para o estabelecimento de uma nova ordem social.
“A campanha da Avon se insere em um projeto maior de engenharia social que visa desconstruir os papeis masculino e feminino, com a desculpa do combate ao preconceito. É uma campanha negacionista, de pura desinformação, na medida em que nega a constituição biológica de homens e mulheres, falando em mulheres que têm próstata e homens que têm seios ou mama”, introduziu.
A empresa pratica, na ótica de Cortês, uma “negação sistemática e aberta da biologia, da realidade de cada sexo, e das evidências mais básicas que temos da fisiologia humana”.
“Em qualquer outra época seria o caso de internar os responsáveis pela campanha publicitária da Avon, mas em nossos dias a desculpa do ‘combate ao preconceito’ permite esse nível de desinformação. Os pais devem estar cada vez mais atentos ao que seus filhos consomem, incluindo a publicidade moderna, que é puro lixo ideológico”, acrescentou.
O discurso da empresa, finalizou o sociólogo, só oferece riscos para quem o abraça: “Fora disso, não vejo nenhum risco para adultos que sejam enganados a este ponto, sobre questões tão básicas da natureza humana, com exceção dos militantes e dos desequilibrados”.