Uma congregação de grande porte da Igreja Metodista Unida decidiu deixar a denominação por discordar dos rumos de liberalismo teológico que vêm sendo tomados, afirmando tratar-se de um “desvio lento e constante” da missão cristã.
A megaigreja se chamava Igreja Metodista Unida de Asbury, mas decidiu tirar a referência à denominação histórica para enfatizar que não concorda com o liberalismo teológico adotado.
Em um comunicado em seu site, a agora chamada Igreja de Asbury informou que iniciou “o processo de desfiliação” e que os próximos passos ainda estão sendo decididos: “Não sabemos onde ou quando nos afiliaremos a uma nova denominação. Atualmente, nosso foco principal é proteger os ativos e interesses da Asbury e se desfiliar totalmente da UMC”.
O anúncio da Igreja de Asbury ocorre semanas depois que a Igreja Metodista Unida (UMC, na sigla em inglês) adiou sua reunião da Conferência Geral pela terceira vez no início deste mês, alegando prevenção contra a pandemia do COVID-19.
De acordo com informações do portal The Christian Post, a Conferência Geral deverá ser realizada apenas em 2024, mas a expectativa é que a reunião seja controversa, pois os delegados negociam uma divisão denominacional sobre diferenças teológicas, incluindo a inclusão total de membros LGBT na denominação e a ordenação de ministros em relacionamentos com pessoas do mesmo sexo.
Em 30 de janeiro, a Igreja Metodista Unida Frazer, uma congregação de cerca de 4 mil membros em Montgomery, Alabama, se desligou da denominação, alegando que a congregação pretende se juntar à Igreja Metodista Livre: “Acreditamos que a Igreja Metodista Livre é mais adequada para nossa identidade presente e frutificação futura”.
O reverendo Tom Harrison, pastor sênior da Igreja de Asbury, disse que a separação era inevitável há algum tempo: “Não há um único problema impulsionando essa separação; em vez disso, depois de anos operando sob abordagens muito diferentes de teologia, ministério e cristologia, foi determinado pela liderança da Igreja, em conjunto com a equipe pastoral, que essas abordagens são irreconciliáveis e não mais sustentáveis”.
“Como Igreja de Asbury, continuaremos a perseguir nossa missão de ajudar outras pessoas a seguir Jesus”, explicou Harrison.
A UMC está envolvida em uma longa batalha sobre os ensinamentos da igreja sobre sexualidade, levando igrejas mais conservadoras a deixar a denominação.
A posição oficial da UMC, conforme descrito no Livro de Disciplina, rotula a homossexualidade como um pecado, proíbe a ordenação de homossexuais não celibatários e proíbe a bênção de uniões entre pessoas do mesmo sexo.
No entanto, os Metodistas Unidos progressistas, em várias ocasiões, desafiaram as regras ao ordenar membros abertamente homossexuais ao ministério sacerdotal ou oficializar uniões entre pessoas do mesmo sexo.
A megaigreja de Asbury diz que pode considerar ingressar na Igreja Metodista Global, uma denominação metodista mais conservadora, que vem sendo organizada e deverá ser oficializada em maio próximo:
“Esta futura denominação será composta por ex-Metodistas Unidos da América do Norte, África, Europa e outros lugares que defendem a autoridade das Escrituras. A formação desta nova denominação foi adiada devido à pandemia do COVID-19”, resumiu a Igreja de Asbury.