A Igreja Episcopal Anglicana da Inglaterra, também conhecida no país apenas como “Igreja da Inglaterra”, publicou um novo documento onde pede maior abertura dos líderes eclesiásticos para a inclusão de transgêneros nos cargos de liderança e serviço da instituição.
“Queremos afirmar que as pessoas LGBT+ [incluíram um “+” na sigla, apontando a inclusão de novas categorias sexuais, mesmo que indefinidas] podem ser chamadas para papéis de liderança e serviço na igreja local”, disse a Diocese de Lichfield em maio.
“Nós esperamos muito que eles, como todos os outros, se sintam encorajados a servir em PCCs, ou como líderes de igreja e líderes de louvor, por exemplo, e sejam apoiados em explorar vocações para ministérios leigos e ordenados licenciados”, acrescenta o documento.
Intitulado “Acolhendo e homenageando pessoas LGBT+”, o texto também explica que a intenção é fazer uma compilação de dados, isto é, de publicações, até que em 2020 um relatório seja publicado baseado nessa série de novos entendimentos da Igreja Episcopal Anglicana da Inglaterra.
No documento, a Igreja reconhece a influência direta dos homossexuais em sua elaboração, já que criaram um grupo para discutir o tema:
“O grupo consiste de uma variedade de pessoas, identificando-se como lésbica, gay, bissexual, heterossexual; solteiro e parceiros; celibatários e casados. Alguns participaram de reuniões pessoalmente e alguns fizeram parte de um grupo correspondente mais amplo. O feedback deles ajudou a moldar este documento”, diz o site da instituição.
A velha confusão entre inclusão e conformidade
No documento, a Igreja Episcopal Anglicana da Inglaterra deixa transparecer o conceito politicamente correto de inclusão, onde em nome dela são ignorados princípios fundamentais das Escrituras Sagradas em prol do acolhimento humano:
“Nosso princípio básico é que todas as pessoas são bem-vindas à Igreja de Deus: todos têm um lugar à mesa. Não há problema teológico em simplesmente oferecer boas-vindas, uma extensão das boas-vindas que Deus oferece continuamente a cada um de nós”, diz um trecho da carta.
Na prática, qualquer igreja cristã minimamente informada sobre o evangelho de Cristo possui o dever de receber, compreender e auxiliar qualquer pessoa, independentemente da sua orientação sexual. Todavia, o que os líderes da Igreja da Inglaterra desejam vai muito além da inclusão. Eles querem a plena aceitação da homossexualidade, ao ponto de tornarem a fé em Cristo e o poder transformador do Espírito Santo inválidos diante do desejo homossexual:
“É inaceitável dizer ou insinuar às pessoas que a orientação sexual ou a identidade de gênero serão alteradas pela fé, ou que a diferença entre homossexualidade ou gênero é um sinal de imaturidade ou falta de fé”, acrescenta o texto.
Acusações de “homofobia” e “transfobia”
A carta também revela algo preocupante do ponto de vista bíblico, tendo em vista o histórico da igreja cristã ao londo dos séculos. Não apenas Cristo, como todos os seus apóstolos e discípulos em algum momento foram rotulados pela sociedade da sua época.
Os rótulos contra os cristãos nem sempre foram/são frutos do tradicionalismo religioso, mas principalmente pela defesa das Escrituras Sagradas e os ensinamentos de Jesus Cristo. Ao se preocupar, todavia, com os rótulos de “homofobia” e “transfobia”, a Igreja da Inglaterra parece querer agradar aos homens, mais do que a Deus:
“A percepção de que a Igreja é homofóbica e transfóbica está prejudicando nossa missão, especialmente para os jovens. Precisamos desafiar essa percepção, alcançando as pessoas LGBT+ com as boas novas do amor de Deus, modelando as boas-vindas e o cuidado de Deus por todas as pessoas”.