O número de igrejas que se tornaram alvo de algum tipo de vandalismo que possui como motivação questões de ordem político-ideológica parece estar se tornando maior no país. Em um caso relatado esta semana, por exemplo, militantes atacaram o prédio de uma denominação arrancando e ateando fogo numa bandeira do Brasil.
O ataque foi contra o templo de uma filial da Igreja Quadrangular, situada no bairro de Olavo Bilac, no Centro de São Paulo. Conforme o observado nas gravações obtidas por uma câmera de segurança local, os militantes subiram em um portão situado na frente do templo, arrancaram o símbolo nacional posto na fachada do edifício e o queimaram.
“Os militantes arrancaram a bandeira nacional que estava na frente da igreja, atearam fogo na bandeira e invadiram a área do estacionamento”, informou a página oficial da Igreja do Evangelho Quadrangular.
Líder da denominação, o pastor Davi Rodrigues gravou um vídeo para denunciar o caso ocorrido no dia 24 (segunda-feira). Ele também informou que os militantes danificaram um lustre durante o ataque.
“Três pessoas subiram nas grades da Igreja Quadrangular (…), subiram e arrancaram, além de quebrar o luminoso onde consta Igreja do Evangelho Quadrangular e, além disso, arrancaram a bandeira brasileira”, comunicou o líder religioso.
Motivação política
Ainda de acordo com o pastor, o fato do ataque à igreja ter tido como alvo a bandeira do Brasil, a ação dos militantes sugere que o ato de vandalismo ocorreu por motivações políticas. “Dá para perceber perfeitamente qual é a ideia deles”, disse Rodrigues.
Recentemente, o Partido dos Trabalhadores (PT), do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva, ingressou com uma ação na Justiça Eleitoral para tentar obrigar a Igreja Assembleia de Deus de Belém, no Pará, a remover uma bandeira do Brasil hasteada nas dependências do seu templo.
O partido alegou que o símbolo nacional seria um tipo de propaganda eleitoral em favor do atual chefe do Executivo, presidente Jair Bolsonaro (PL). A Justiça, porém, negou o recurso, explicando que a bandeira é um elemento patriótico que não caracteriza favorecimento a nenhum candidato.
Ao comentar o ataque envolvendo a sua denominação esta semana, o pastor Rodrigues lamentou e se mostrou indignado. “Nos indignamos com o que aconteceu. Eu não posso aceitar isso em nosso país e nem em nossa igreja. Procuremos ficar na paz do Senhor apesar desse momento triste”, disse ele. Assista:
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