Uma igreja batista em Maceió (AL) tomou uma decisão polêmica recentemente e definiu que irá celebrar batismo de homossexuais.
A Igreja Batista do Pinheiro decidiu, em assembleia extraordinária no último dia 28 de fevereiro, que permitirá que homossexuais tornem-se membros da comunidade e sejam batizados sem que precisem abandonar a prática.
Segundo informações do portal GazetaWeb, a aprovação da medida aconteceu com 129 votos a favor, três contrários e 15 abstenções.
O pastor da igreja, Wellington Santos, afirmou que a denominação vinha discutindo o assunto há dez anos. “A comunidade, de forma muito amorosa e respeitosa, foi permitindo que irmãos e irmãs homossexuais pudessem exercitar seus dons de forma espontânea. Na Igreja Batista do Pinheiro, nossos irmãos e irmãs já foram aceitos em amor, nos corações e na convivência harmoniosa”.
Santos relatou ainda que, ao longo dos anos, o ambiente conturbado por conta do tema foi sendo trocado pela aceitação, e os frequentadores homossexuais já atuavam na comunidade, participando do Ministério de Juventude, Escola Bíblica e até da Comissão Jurídica da congregação.
Criticado por tornar a igreja “aberta demais”, o pastor Wellington Santos argumenta: “Jesus foi rotulado pelos fariseus de muitas coisas que eram inverdades (Mateus 10:24-26 e 11:19). Não perdemos tempo rotulando ninguém. É bom destacar que ser considerada uma igreja aberta por amar incondicionalmente e seguir radicalmente o caminho de Jesus quando afirmou que não veio julgar e sim salvar (João 12:47), para nós é elogio. Não queremos ser juízes de ninguém, mas sinal de esperança e descanso para os que estão cansados e sobrecarregados com julgamentos e acusações (Mateus 11:28-30)”.
Por fim, o pastor afirmou que está convicto da decisão, pois ela teria sido tomada após “muita oração, reflexão, estudos bíblicos e acima de tudo um exercício de escuta pedagógica e espiritual profunda”.
Opostos
O pastor assembleiano, teólogo e bacharel em Direito José Laelson da Silva afirmou que a maioria das denominações cristãs discorda da decisão da Igreja Batista do Pinheiro: “Não oportunizamos que a pessoa que está na prática do homossexualismo se torne membro da igreja. Recebemos quem porventura se diga homossexual e as portas estão abertas sem nenhuma discriminação, mas não permitimos que se torne membro, o que acontece pelo batismo nas águas”, opinou.