Uma igreja evangélica que funcionava de maneira clandestina na cidade de Varginha (MG) foi interditada na última semana, enquanto era realizada uma confraternização de aniversário.
O encontro foi interrompido pela fiscalização da prefeitura de Varginha por volta de 23h40 da última quarta-feira, 17 de março, horário considerado avançado para um dia de semana em bairro residencial.
A igreja funcionava no bairro Imaculada, e de acordo com informações do portal local Varginha Digital, não possuía alvará.
As 30 pessoas no local não usavam máscara e nem observavam o distanciamento social, conforme o relato dos fiscais, que só encontraram a festa de aniversário porque faziam ronda de monitoramento.
Na sexta-feira, 19, a ocupação de leitos de UTI da rede pública para pacientes exclusivos da Covid-19 atingiu 100% na cidade, conforme o Varginha Online.
“Estamos fazendo tudo aquilo que é possível para conter o avanço da Covid-19 em nosso município. A situação é grave, nem por isso desesperadora. E afirmamos isso porque estamos trabalhando firme para manter nossa cidade funcionando com responsabilidade”, afirmou o prefeito Vérdi Lúcio Melo.
Estresse
A situação de confinamento e constante alerta por conta da pandemia vem causando atritos familiares e outros problemas entre parentes. Recentemente, uma mulher foi presa por agredir a própria mãe, numa tentativa de impedi-la de ir a um culto.
A fiel, que teve sua identidade preservada, tem 67 anos. Sua filha, de 48 anos, a agrediu porque ela estava se aprontando para ir à igreja, que teria uma celebração de boas-vindas ao novo pastor da congregação.
Usando máscara, a idosa tentou sair, mas foi impedida com violência pela filha, que há dois anos deixou sua casa em Corumbá (MS) e passou a morar com os pais na capital do estado para cuidar deles. Nesse período, se tornou alcoólatra e protagonizou cenas de agressividade.
“Nesse dia, ela havia bebido muito e a mãe se arrumou com máscara e tudo e falou que ia para a igreja. A filha disse que ela não ia e passou a segurar e a chacoalhar a mãe com força”, descreveu a delegada Sueli Araújo Lima Rocha.
O caso, registrado na cidade de Campo Grande (MS), teve outro fator complicador: o pai interveio para defender a filha, dizendo que ela não quis deixar a mãe sair por temer que ela fosse contaminada por covid-19.
A Polícia Militar, acionada pela vítima, constatou que a filha arranhou a mãe com suas unhas, deixando-a com cortes e sangramento. Levadas à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), foram ouvidas pela delegada e a filha foi presa em flagrante por violência doméstica dolosa.
A agressora passou por audiência de custódia e responderá ao processo em liberdade. A delegada Sueli acrescentou que se viu diante de uma situação espantosa: “Vale ressaltar que mulheres também podem responder pela Lei Maria da Penha, principalmente quando se verifica a violência de gênero diante da subordinação da mulher em relação à outra”, explicou.