Os índices de perseguição religiosa contra os cristãos em alguns países do Oriente Médio se assemelham ao contexto cultural de intolerância e violência observados na época em que os Apóstolos de Cristo viveram, como relata o livro de Atos. Essa realidade tem sido observada, por exemplo, na República Islâmica do Irã, região da antiga Pérsia.
Essa constatação foi destacada pela colunista e pesquisadora da organização Portas Abertas, Lindy Lowry. Ela observou que apesar da perseguição ser uma das características desse contexto, o crescimento da fé em Jesus Cristo também.
“Como a igreja primitiva de Atos, que se expandiu exponencialmente em face da perseguição, a igreja perseguida do Irã também está se multiplicando e experimentando um crescimento explosivo”, disse ela.
Ou seja, o número de pessoas que proclamam a fé no Senhor Jesus é proporcional ao aumento da perseguição, já que a própria perseguição e violência contra a comunidade cristã serve como um indicativo óbvio de que os perseguidores não servem a Deus.
O mesmo contexto pode ser observado na Ásia, por exemplo, através da China, onde a perseguição patrocinada pelo regime comunista tem aumentado gradativamente com o avanço do cristianismo, fazendo com que especialistas acreditem que o país se tornará em breve a maior nação cristã do planeta.
“Como a Igreja de Atos nos mostra, a perseguição que os crentes sofreram como um grupo de discípulos comprometidos — inspirados e inflamados pelo Espírito Santo — tornou-se um catalisador para a multiplicação de crentes e igrejas”, destaca Lowry.
Lowry cita o sofrimento vivenciado pelos discípulos de Cristo, destacando que ao invés de ter feito eles desistirem de anunciar o Evangelho, pelo contrário, isso apenas confirmou a necessidade de continuar proclamando a Verdade.
“Quando a perseguição chegou, eles não se dispersaram, mas permaneceram na cidade onde era mais estratégica e mais perigosa. Eles foram presos, envergonhados e espancados por sua mensagem; eventualmente, um deles, Tiago, foi morto (Atos 12: 2). Ainda assim, eles ficaram para estabelecer as bases para um movimento de sacudir a terra”, disse ela, comparando com o contexto atual:
“Da mesma forma aconteceu e continua a acontecer no Irã. Quando a revolução iraniana de 1979 estabeleceu um regime islâmico linha-dura, as duas décadas seguintes deram início a uma onda de perseguição que continua até hoje”.
Desilusão com o islamismo
A pesquisadora ainda ressalta que a população tem ficado decepcionada com o emprego da violência contra os cristãos, fazendo com que isso sirva de testemunho negativo contra o islamismo.
“A violência em nome do Islã causou desilusão generalizada com o regime e levou muitos iranianos a questionar suas crenças”, disse ela. Até mesmo lideranças islâmicas não estão conseguindo conter a evasão familiar para a fé cristã, revelando que o Evangelho tem alcançado a cúpula religiosa no país.
“Vários relatórios indicam que até mesmo filhos de líderes políticos e espirituais estão deixando o Islã para o cristianismo”, destaca. “Um líder do seminário islâmico, o aiatolá Alavi Boroujerdi, observou que ‘relatórios precisos indicam que os jovens estão se tornando cristãos'”, conclui a colunista.