Uma Igreja Presbiteriana na China foi invadida por oficiais do Partido Comunista Chinês (PCCh) durante um culto no último domingo, 31 de outubro, data das comemorações pelos 504 anos da Reforma Protestante.
A Igreja Presbiteriana de Daoen, estabelecida desde 1992 e de tradição reformada, foi invadida pelos oficiais comunistas, que levaram presos o pastor Fang Xiaojun e quatro membros da congregação.
O relato foi feito pelos demais fiéis que estavam presentes no templo no momento da blitz ao repórter Yu Bing, colaborador da organização China Aid, que se dedica a monitorar a perseguição religiosa a cristãos no país comunista.
O governo local fechou a igreja porque os membros se recusaram a aderir à denominação estatal Three-Self Patriotic Church, uma entidade controlada pelo governo.
A congregação presbiteriana também rejeitou se registrar no Departamento de Assuntos Étnicos e Religiosos, como forma de evitar o controle do governo sobre a igreja.
Desde então, a Igreja Presbiteriana de Daoen continuou a se reunir secretamente, mas a polícia descobriu que os cultos estavam sendo realizado e invadiu o templo.
Fang Xiaojun, o pastor líder da igreja, descreveu a si mesmo como um “filho pródigo”, já que admirava a violência quando estava no Ensino Médio e era conhecido no bairro onde vivia por participar de lutas clandestinas.
Aos 21 anos, foi detido criminalmente como o principal suspeito de um roubo. Na cadeia, foi evangelizado e se arrependeu da vida que levava, e desde os anos 1990 se dedica ao ministério, segundo a China Aid.
A entidade contextualizou ainda que, desde 12 de agosto de 2018, agentes do Departamento de Assuntos Étnicos e Religiosos regularmente interrompem os cultos de domingo, indiciando os fiéis por crimes como “organização de eventos religiosos ilegítimos”.
“O ciclo de ser fechado, continuar a se reunir, ser invadido regularmente e ser preso torna-se normal para igrejas domésticas na China continental”, diz o relatório da entidade, expondo a situação de perseguição religiosa aos cristãos.