A esquerda continua visando a divisão do eleitorado evangélico, com vistas a voltar ao poder nas próximas eleições presidenciais, em 2022. Na visão do pesquisador e sociólogo Marcos Coimbra, é possível “estabelecer um diálogo” com os fiéis.
Coimbra, que é presidente do Instituto Vox Populi – conhecido por sempre apresentar pesquisas com números mais favoráveis aos candidatos de esquerda – afirmou em entrevista que “o eleitor evangélico não é todo igual e é perfeitamente possível estabelecer um diálogo” com os fiéis.
Desde que Lula (PT) deixou a prisão, o ex-presidente vem indicando o rumo que os militantes de seu partido, e demais legendas de esquerda, devem seguir na tentativa de se aproximar dos evangélicos, já que esse foi o segmento decisivo na eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018.
Em janeiro do ano passado, Lula afirmou que iria abordar pastores e fiéis na tentativa de voltar ao Palácio do Planalto: “Eu vou conversar com essa gente outra vez, o PT precisa conversar. O PT tem muita gente evangélica. O que não dá é pra você ficar quieto, o que não é uma pessoa contar uma mentira a teu respeito e você fingir que não viu. Tem que ir pra cima, com respeito, mas tem que ir pra cima”, disse o ex-presidente.
Agora, Coimbra repercute a mesma estratégia, afirmando que lideranças como Silas Malafaia e Edir Macedo não possuem uma influência muito forte no voto dos evangélicos: “O eleitor evangélico popular frequentemente vota sem dar tanta importância ao que o bispo da igreja está mandando ele fazer”, afirmou ao portal Brasil 247.
“Esse tipo de eleitor tem mais a ver com a comunidade em que ele funciona, até com o pastor, mas não necessariamente com o bilionário lá que fica com a fortuna fabulosa dele articulando com o Bolsonaro. Então eu não tenho tanto medo do eleitor evangélico”, disse o presidente do instituto de pesquisa, transparecendo seu grau de isenção.
Ao final, afirmou que “com a ultradireita, com esse não tem diálogo”, em referência aos fiéis que rejeitam as principais bandeiras levantadas pela ideologia de esquerda atualmente, como aborto, ideologia de gênero e liberação das drogas, entre outros aspectos do progressismo.