Um advogado que fez fama por investigar, nos anos 1990, o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, acaba de publicar um livro que traz uma avaliação sobre a degradação da liberdade religiosa no país, e por consequência, em todo o continente.
Ken Starr afirma em seu livro que a crescente hostilidade da sociedade à religião ganhou impulsionamento com a pandemia de covid-19, configurando um ataque maciço à liberdade religiosa, também referida nos Estados Unidos como “a primeira liberdade”.
O livro, intitulado ‘Liberdade Religiosa em Crise: Exercitando sua fé em uma era de incertezas‘, analisa a questão pelo viés jurídico, especialidade do autor. Em uma entrevista recente, ele afirmou que sua motivação para escrever a obra foram as restrições impostas por governantes à realização de cultos presenciais, um cenário bastante parecido com o do Brasil.
“A pandemia e o início da pandemia trouxeram um novo conjunto de desafios, e fui movido a escrever um livro que, na verdade, está no meu coração há 40 anos”, disse Ken Starr ao portal The Christian Post. “Agora vemos que o governo tem um poder enorme, mesmo nos níveis estadual e local”, acrescentou.
“O governo tem poder para fazer o bem, mas também tem poder para infringir nossas liberdades fundamentais. Assim, a pandemia proporcionou a ocasião para recuar e refletir sobre nossa cultura de liberdade e fornecer uma ferramenta para os crentes compreenderem suas liberdades e falarem a favor de suas liberdades”, disse, apontando um dos propósitos de seu livro.
Starr, que anteriormente foi presidente da instituição batista de Ensino Superior Baylor University, no Texas, disse que o livro foi elaborado para dar ao leitor “uma base nos princípios fundamentais da liberdade religiosa”.
“Espero que os pais e avós considerem adequado orientar seus filhos e netos a lerem e compreenderem esses grandes princípios que precisam ser transmitidos à nova geração”, afirmou o autor, sublinhando que a hostilidade à liberdade religiosa existe há muitos anos, embora a “a cultura [tenha] mudado significativamente nos últimos anos”.
“Em muitos setores”, avaliou Starr, a religião é vista como “uma influência negativa na sociedade” e acusada “em termos gerais” de servir como uma “máscara para a discriminação” que, supostamente – na visão de progressistas – machuca pessoas.
“Precisamos ser capazes de entender essa narrativa e opor-se a ela com o que penso [é] a verdade sobre o compromisso religioso, especialmente na comunidade cristã – que a Igreja é uma fonte de enorme bem como a sociedade mede o bem”, alertou o autor.
Em sua conclusão, Ken Starr também expressou particular preocupação com “o esforço para erradicar a liberdade de consciência para dizer aos objetores de consciência: ‘Não nos importamos com suas crenças. Queremos alcançar nossos objetivos sociais e simplesmente ignoraremos suas preocupações baseadas na fé’”.