As autoridades iranianas ordenaram que um pastor da denominação Igreja do Irã volte à prisão para começar a cumprir uma sentença de cinco anos por “atividades sectárias”.
Amin Khaki havia sido preso em 2014 durante um piquenique de sua congregação, ao lado de alguns fiéis. Posteriormente ele foi solto devido a uma decisão liminar, e agora deverá cumprir a sentença.
A perseguição religiosa aos cristãos no Irã, governado por uma teocracia islâmica, está aumentando. O país já havia sido classificado como o nono mais hostil aos seguidores de Jesus na Lista Mundial de Perseguição 2021 da Missão Portas Abertas.
Durante a pandemia, segundo informações do portal The Christian Post, houve uma diminuição nas hostilidades aos cristãos, assim como muitos seguidores de Jesus foram libertados das prisões como forma de prevenção ao contágio.
O pastor Amin Khaki está agora na prisão em Karaj, capital da província de Alborz, perto de Teerã, após a convocação da última quarta-feira, 09 de novembro, informou o grupo britânico de monitoramento da liberdade religiosa Christian Solidarity Worldwide (CSW).
Khaki, junto com outros dois cristãos iranianos, Milad Goudarzi e Alireza Nourmohammadi, foram julgados em Karaj em junho último. Eles foram acusados de acordo com uma nova emenda ao Código Penal Iraniano, conhecida como Artigo 500-bis, que trata de “atividades sectárias”.
A CSW relatou que os três não puderam ser representados por seu advogado durante o julgamento. Cada um deles foi condenado a cinco anos de prisão após serem condenados por “fazer propaganda contra o regime islâmico”.
Ainda assim, eles recorreram da sentença, mas se apresentaram para iniciar o cumprimento da pena.
Mervyn Thomas, fundador e presidente da CSW, disse que as ações do Irã “enviam mais uma mensagem negativa às minorias religiosas no Irã e, essencialmente, equivalem a uma criminalização do cristianismo”.
Em seu comunicado, Thomas pediu que as autoridades do Irã libertem os três: “Refutamos as acusações levantadas contra o pastor Khaki e seus colegas”.
Em outro caso que veio à tona na semana passada, as autoridades do país também convocaram os convertidos cristãos Sasan Khosravi e Habib Heydari a retornarem à Prisão Central de Bushehr para cumprir o restante de suas sentenças de um ano por “propagarem-se contra a República Islâmica promovendo o Cristianismo”.