O pastor Yousef Nadarkhani, que há anos enfrenta uma batalha judicial devido à perseguição religiosa que sofre na ditadura do Irã, voltou a ser alvo de acusações, dessa vez, partindo de um casal de cristãos que teria sofrido tortura psicológica durante um interrogatório.
Segundo informações da Christian Solidarity Worldwide (CSW), o casal não teria suportado a tortura durante o interrogatório, e por isso teria feito acusações contra Nadarkhani e outro pastor chamado Abdolreza Hagjnejad, mais conhecido como Matthias.
Agora, ambos terão que retornar aos tribunais da ditadura islâmica para poder se defender. A principal acusação diz respeito à pregação cristã no país, mediante a instalação de igrejas domésticas, algo que o governo islâmico enxerga como uma “ameaça” à segurança nacional.
Foi por essa mesma razão que o pastor Yousef Nadarkhani chegou a ser condenado à pena de morte, em 2017, quando deu início à luta na Justiça iraniana por sua vida. Várias organizações cristãs e autoridades internacionais, como o então presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, pressionaram o Irã pela libertação do líder religioso.
Em março desse ano, Nadarkhani conseguiu uma anistia do governo iraniano, ganhando a liberdade. O perdão foi concedido em função do aniversário da Revolução Islâmica de 1979. Como tradição, alguns detentos são libertados.
O pastor, no entanto, não escapou de sofrer 30 chibatadas, e a sua liberdade passou a ser vigiada desde então. Para um dos representantes da CSW, está evidente que os líderes cristãos vêm sofrendo uma onda intensa de perseguição islâmica no Irã.
“Está claro que esses homens estão sendo assediados por causa do papel de liderança deles na igreja”, disse um deles, lembrando que as acusações não possuem fundamento legal.
“Isso é uma violação da determinação da Suprema Corte do Irã de 2021 que determina que pregar o cristianismo não pode ser considerado uma ameaça à segurança nacional”, concluiu.