O sequestro de jovens cristãs em alguns países de maioria muçulmana é uma trágica realidade que ainda persiste, e muitas vezes com a conivência das próprias autoridades locais, como no Paquistão, onde a filha do casal Aslam Masih e Noreen Bibi quase foi raptada por islâmicos.
A jovem de 13 anos, chamada Noor, estava em sua residência no bairro de maioria cristã de Sadigabad, na província de Punjab, quando um grupo de pelo menos 12 homens invadiram o imóvel.
Um dos agressores foi identificado como Muhammad Irfan, acusado de liderar o grupo que, segundo a organização de vigilância religiosa e direitos humanos ‘International Christian Concern’ (ICC), era composto por homens islâmicos.
“Ele [Irfan] frequentemente assediava minha filha nas ruas, mas sempre ignorávamos”, lembrou Bibi, destacando que por causa da resistência oferecida pela família da jovem, todos foram agredidos.
“Finalmente, Irfan entrou à força na minha casa para sequestrar minha filha. No entanto, resistimos. Em resposta, ele atacou e espancou toda a minha família, que sofreu vários ferimentos”, relatou.
Ainda segundo o ICC, a família da adolescente não chegou a prestar queixa na polícia local porque foi ameaçada pelos islâmicos. Eles chegaram a dizer que tocariam fogo na residência da família caso fossem denunciados.
Por causa da tradição islâmica do Paquistão, muitas autoridades locais não julgam questões dessa natureza à luz do direito civil, mas sim da Sharia, conjunto de leis islâmicas adotado em várias regiões.
Com isso, denunciar a tentativa de sequestro para o casamento e conversão islâmica forçados é praticamente inútil para famílias cristãs.
“Embora os grupos extremistas sejam uma minoria em termos de população, eles ainda exercem grande poder político no país”, disse o diretor de advocacia da ICC, Matias Perttula, segundo o Christian Post.
“Se o juiz decidir em favor de uma mulher cristã, esses grupos incitarão a violência da multidão na comunidade cristã e atacarão os cristãos de lá. Eles aparecerão no tribunal para intimidar o juiz”, destacou.
A família da jovem Noor conseguiu resistir ao ataque, mas permanece sob tensão, contando com o apoio das entidades cristãs e irmãos em Cristo. Eles ainda têm a esperança de poder conseguir atenção nos tribunais locais.