A perseguição religiosa sofrida pelos cristãos em países como o Paquistão inclui episódios de sequestro e tentativas forçadas de conversão à religião islâmica. Um exemplo disso foi noticiado pelo jornal Press Trust da Índia, ao relatar o caso de uma jovem cristã sequestrada e levada para uma escola islâmica na região de Punjab.
A denúncia veio a público depois que Mukhtar Masih, pai da jovem cristã de apenas 15 anos, apresentou uma queixa formal em uma delegacia na província de Punjab, após a sua filha não voltar para casa no horário de costume. O pai da adolescente, no entanto, já havia procurado informações.
Segundo o jornal, ao ligar para a escola da filha, a professora informou a Masih que a diretora da instituição, Saleema Bibi, teria levado Faiza a uma madrasa islâmica (local de ensino islâmico) próxima para a menina se converter ao islã.
O pai da jovem cristã lhe procurou em três locais diferentes, até encontrar a filha, mas os líderes muçulmanos locais não deixaram ela sair. Apenas com a intervenção policial foi possível retirar a adolescente da madrasa e levá-la para um abrigo em Sheikhupura.
“Agimos e recuperamos a garota sob a queixa de Mukhtar Masih, mas ainda não foi registrado um primeiro relatório contra ninguém”, disse o policial Muhammad Nawaz, segundo informações do Christian Poast. “No entanto, estamos investigando o assunto”.
Como forma de persuasão, Saleema apelou para às condições financeiras da família cristã, a fim de que os pais da adolescente deixassem ela ficar na escola islâmica. “A diretora também nos ofereceu a conversão ao Islã e, em troca, ela nos compensaria pagando por nossas necessidades, mas recusamos”, disse Masih.
O número de sequestros para conversões forçadas é uma realidade no Paquistão, e não apenas para fins religiosos, mas também sexuais. Por ano, 700 cristãs são sequestradas, estupradas e forçadas a casar com muçulmanos.
“Várias instituições independentes, incluindo a Comissão Nacional de Justiça e Paz e a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, reconhecem que cerca de 1.000 jovens são forçadas a se converter ao islamismo a cada ano”, diz a Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos EUA em seu relatório anual de 2019.