Um evento sobre liberdade religiosa organizado pelo Departamento de Estado nos EUA permitiu a duas cristãs iranianas expressar a angústia e sofrimento aos quais os seguidores de Jesus são submetidos em seu país.
No discurso, elas salientaram ser urgente que o mundo ouça os gritos do povo iraniano sobre liberdade religiosa. Ao longo de sua fala, relataram sua própria provação de serem presas por sua fé.
Em observações feitas diante de centenas de pessoas reunidas em uma sessão plenária na tarde da última quarta-feira, 01 de agosto, Maryam Rostampour e Marziyeh Amirizadeh explicaram como Jesus Cristo as sustentou e interviu milagrosamente quando foram presas.
De acordo com informações do portal The Christian Post, as duas nasceram em famílias muçulmanas e se tornaram cristãs quando jovens, mas se conheceram na Turquia enquanto estudavam teologia em 2005.
Em 2009 elas foram presas pelo regime iraniano por causa de sua fé cristã e passaram 259 dias em uma das mais notórias prisões do país. Submetidas a interrogatórios diários e tortura mental, foram acusadas de terem cometido várias ofensas, como apostasia, blasfêmia e a divulgação do cristianismo no Irã.
No processo, ambas foram condenadas à execução por enforcamento. Durante a sua provação, as autoridades iranianas também rotineiramente ameaçavam suas vidas e as vidas de suas famílias, a fim de pressioná-los a se retratar de sua fé, mas elas se recusaram.
“Como o Islã é a única religião oficial no Irã, as autoridades do governo proíbem que outras minorias religiosas pratiquem sua fé”, disse Amirizadeh, observando que a perseguição contra os cristãos vem aumentando nos últimos anos.
Homens e mulheres que deixam o islamismo por se converterem à fé cristã são considerados “infiéis” e “sujos”, descreve ela, e tais indivíduos frequentemente enfrentam a pena de morte e vários tipos de tortura. Ela e Rostampour foram maltratadas na prisão, não foram autorizados a usar certas instalações dentro da penitenciária e os médicos não ministravam medicamentos a elas.
Durante o período em que ficaram presas, foram coagidas a participar de orações islâmicas e não tiveram acesso a exemplares da Bíblia. Enquanto estavam na prisão, também viram os guardas da prisão abusando e batendo fisicamente nos outros. “A única coisa que nos ajudou a permanecer em nossa fé foi nosso relacionamento pessoal com Jesus e o amor de Deus que temos experimentado em nossas vidas. Nós lhes dissemos muitas vezes que Jesus é nosso Senhor e você não pode tirá-lo de nós”, frisou Amirizadeh.
Rostampour acrescentou: “Acreditamos que estamos vivos hoje por causa do poder de Jesus e seus milagres”.
O governo iraniano teve que libertar as duas amigas após a pressão internacional significativa de outros governos, ministérios cristãos e grupos de defesa da liberdade religiosa. No entanto, pouco antes de serem libertadas, os agentes da inteligência as ameaçavam e diziam que não podiam garantir sua segurança, citando nomes de pastores que foram mortos secretamente depois de serem libertados da prisão.
“Algumas das ameaças foram que ‘você vai morrer em um acidente’ ou ‘sua casa pode pegar fogo'”, contaram as cristãs Rostampour e Amirizadeh, que foram forçadas a deixar o Irã em 2010.
Essas experiências angustiantes e as numerosas outras injustiças ocorridas no Irã são contadas por elas no livro que escreveram em cativeiro, chamado Captive in Iran: A Remarkable True Story of Hope and Triumph amid the Horror of Tehran’s Brutal Evin Prison (“Cativas no Irã: Uma Notável e Verdadeira História de Esperança e Triunfo em meio ao Terror da Prisão Brutal de Evin, em Teerã“).
“Centenas de cristãos foram presos por autoridades iranianas e acusados de perturbar a segurança nacional por serem cristãos e participar de igrejas domésticas, recebendo sentenças de prisão de 2 a 10 anos”, explicou Rostampour. Apesar dessas pressões, o cristianismo está se espalhando no Irã e a maioria dos iranianos está cansada de seu governo atual, considerando-o corrupto e opressor, continuou ela.
“Nossa esperança e oração para o nosso país é que um dia o Irã seja um país livre, democrático”, disse, sob aplausos. “Esperamos um dia em que todas as minorias religiosas possam se reunir em paz sem ter medo de ser assediadas, presas, torturada ou morta pelo governo”, concluiu, conclamando a comunidade internacional a ouvir as vozes clamando por liberdade no Irã.